Unifique traça estratégia de compra apenas de carteiras de clientes, sem levar a rede

Foto: Pixabay

Após a compra em março da Brick Telecom, e o anúncio nesta semana da aquisição da Concórdia Superline, a Unifique mostra uma possível tendência para o mercado de prestadoras de pequeno porte (PPPs): a compra apenas da operação para clientes, a ClientCo, deixando de fora a unidade de infraestrutura. Nesta forma, a PPP a ser adquirida separa a operação em um novo CNPJ, e a Unifique a incorpora, mas alugando a infraestrutura que ficou. 

O diretor financeiro e de relações com investidores da Unifique, José Wilson Jr, explicou na conferência de resultados financeiros nesta quinta-feira, 11, a estratégia que já está sendo aplicada junto às prestadoras de Santa Catarina. "Quando adquirimos a ClientCo, não vem com passivo algum. O aluguel de postes, gastos com energia elétrica etc. ficam com a InfraCo, então conseguimos otimizar muito o processo e captar muita sinergia", detalha, citando o caso da Brick Telecom.

No caso da Concórdia Superline, a operação deverá ser concluída até o final do mês, mas a empresa já traça o planejamento de acordo com a topologia. A Unifique já conta com rede nas cidades onde a PPP atua, então se espera uma sinergia onde não será mais necessário utilizar a rede da InfraCo. Há ainda a opção de aquisição dessa unidade, o que levaria a deixar de arcar com o aluguel de postes. "Caso isso ocorra, principalmente no caso da Superline, 50% do ganho fica com a InfraCo, e 50% com a Unifique. É a forma que desenhamos aqui e a gente entende que a eficiência da operação e do retorno realmente fica muito melhor", declara. 

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Desta forma, a empresa poderá fazer a opção de adquirir os ativos restantes em cinco anos. Para tanto, no momento do fechamento do acordo, a Unifique já define o preço futuro e a indexação para essa possível operação.

Racional

Wilson Jr. diz que a ideia veio de uma provocação interna na companhia após avaliar que os ativos estavam "extremamente caros" ao longo de 2022, o que fez a operadora pisar no freio nas aquisições por um tempo. "Não estava valendo a pena, o preço estava caro e a rentabilidade não parava em pé, com um retorno muito baixo", diz. Daí surgiu a ideia de realizar a aquisição parcial da prestadora menor, realizando a separação estrutural. "O grande ponto de dificuldade é que o outro lado também tem que começar a se estruturar: tem que fazer a cisão da empresa e criar um novo CNPJ."

Ainda assim, garante o diretor, há ganhos para ambos os lados. "Definimos um múltiplo para a carteira e fazemos a aquisição. O fluxo de caixa melhora muito e ajuda na rentabilidade. Quando olhamos para a InfraCo e fazemos a locação, entendemos que tanto a Unifique quanto ela estejam unindo forças, com grandes possibilidades com sinergia principalmente de redes que podem ser perseguidas." O custo desse aluguel entra no passivo da Unifique, mas em contrapartida há o ativo na mesma proporção como direito de uso. Nos resultados financeiros, o EBITDA será ajustado com o efeito do leasing

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