O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, enviou na terça-feira, 9, carta à embaixada da China no Brasil fazendo um apelo pelo alinhamento entre os dois países, especialmente no combate à pandemia. Embora o foco do documento endereçado ao embaixador Yang Wanming tenha sido em relação à vacina, há também um pedido para que as relações comerciais se mantenham, rechaçando o posicionamento ideológico contra o país asiático adotado pelo governo Jair Bolsonaro.
O apelo foi feito no mesmo dia em que o ministro das Comunicações, Fábio Faria, declarou que a Huawei não estaria apta a participar da rede privativa do governo. Na ocasião, ele chegou a mencionar que a companhia não teria demonstrado interesse, apesar de a fornecedora já ter se manifestado a respeito ao se sentir em conformidade com os compromissos de governança exigidos na Portaria 1.924/2021, do MCom.
Na carta, Lira alega que os interesses das nações "nunca foram nem poderão ser afetados pelas circunstâncias, pelas ideologias, pelos individualismos", e diz que o bem-estar da população é o mais importante. "A China é nosso maior parceiro comercial e o Brasil respeita a China, que merece o nosso reconhecimento assim como eu tenho certeza que a China respeita o nosso Brasil".
Lira lembra que o governo brasileiro é constituído não apenas pelo Poder Executivo, mas também pelo Legislativo e Judiciário, e que fala "também em nome do governo brasileiro", como presidente da Câmara, para "reafirmar os compromissos permanentes com o governo da República Popular da China, em favor dos interesses dos nossos povos". Destaca ainda que os brasileiros "alimentam e salvam vidas de chineses com nossa produção agrícola", e que por isso reforça os laços. "Se nós não vacinamos em massa a população brasileira, não sairemos dessa situação grave da pandemia. É importante que tenhamos acesso a todas as vacinas produzidas no mundo."