A Associação Nacional de Investidores do Mercado de Capitais (Animec) pedirá explicações à Brasil Telecom (BrT) a respeito da denúncia feita esta semana pelo jornal inglês Financial Times de que a CSH LLC, uma de suas controladoras, oficialmente não existe desde 2001. ?Isso tem que ser esclarecido?, reclamou presidente da Animec, Waldir Correa.
A CSH LLC era usada pelo Citibank para manter participação indireta na Timepart (controladora da Solpart S/A, que, por sua vez, controla a BrT). A ligação entre a empresa e o Citibank, entretanto, era omitida pela Brasil Telecom e só foi revelada recentemente, por este noticiário em outubro de 2003. A BrT vem informando incorretamente a Anatel, a CVM e a SEC (Securities and Exchange Comission, uma espécie de CVM nos EUA) sobre os verdadeiros controladores da CSH desde a privatização, omitindo o vínculo com o Citi nos documentos oficiais. Esse fato, contudo, nunca foi questionado pela Animec, que tem um representante no Conselho de Administração da Brasil Telecom que vota sistematicamente com o Opportunity.
A CSH LLC aparece nas documentações apresentadas pela operadora como dona de quase a totalidade das ações da Telecom Holdings, que tem um terço da Timepart.
A Animec também exige uma solução definitiva e rápida para a briga entre Opportunity e TI. ?As ações da BrT estão se desvalorizando por causa disso. É preciso definir logo quem é o dono. E se os dois tiverem que sair (Opportunity e Telecom Italia), que saiam?, sugeriu Correa. A posição manifestada pela Animec à Justiça do Rio de Janeiro e ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), contudo, é plenamente sintonizada com a posição do Opportunity, que declarou estar inteiramente de acordo com as manifestações da associação.
Embratel
Também nesta quarta, 10, a Animec encaminhou à CVM uma carta cobrando esclarecimentos da Embratel por causa do não provisionamento de R$ 219 milhões que a operadora terá que pagar à Telemar por determinação da Justiça em razão de dívidas relacionadas a tarifas de interconexão. A Animec também questiona uma opção de compra de ações oferecida pela MCI aos executivos da Embratel a preços diferentes daqueles praticados no mercado.
A respeito da possibilidade de venda da Embratel para as três concessionárias locais, Correa disse não se opor. ?Desde que agregue valor às três companhias e não prejudique os minoritários da Embratel, não há problema para a Animec. Quem tem que se preocupar com competição é o Cade. Eu me preocupo com o valor das ações?, explicou.