Avaliando alternativas para venda da base de clientes de fibra óptica, a Oi entende que o contrato para uso de redes neutras da V.tal não será impedimento para um eventual negócio. Após os custos de aluguel da infraestrutura crescerem no terceiro trimestre, a operadora avalia que interessados poderão negociar condições com a parceira de redes.
O entendimento foi compartilhado pelo CEO da operadora, Rodrigo Abreu, em conferência sobre os resultados da Oi no terceiro trimestre. Na ocasião, o executivo pontuou que a tele ainda está "entendendo" as opções estratégicas para a ClientCo ao lado de assessores, ainda que a venda de fatias do ativo não seja vista como cenário ideal.
"Não existe definição a priori de tamanho de venda, parcial ou total, mas pensando estrategicamente não faz sentido vender pedaços de base, por ser um negócio que depende de escala", indicou Abreu. O CEO ainda apontou que monetizar os assinantes deve ajudar a Oi "a cumprir obrigações de pagamento de dívidas e na criação de estrutura sustentável, para de fato virarmos uma companhia normal".
Para tal, Abreu entende que a relação da empresa com a V.tal não será um impedimento, na medida em que cláusulas do acordo com a rede neutra poderiam ser discutidas por potenciais compradores com a empresa de infraestrutura. Neste sentido, as condições do contrato poderiam convergir para valores mais próximos de preços de mercado.
Custo V.tal
No cenário atual, a relação da Oi com a V.tal ainda passa por componentes do acordo original de venda do controle da infraestrutura para o BTG Pactual, na forma de cláusulas de proteção aos compradores, por isso valores mais altos. Vale notar que segundo o balanço do terceiro trimestre, os custos da Oi com Aluguel e Seguros – que incluem o contrato com a V.tal – cresceram 12% ante o segundo trimestre e 21% em um ano, para R$ 1,1 bilhão.
CFO da Oi, Cristiane Barretto explicou que o aluguel das redes neutras teve reajuste de inflação referente aos últimos 18 meses aplicado a partir de julho e também um diferimento de despesas com o contrato em períodos passados. Obrigações B2B e de atacado sem relação com o acordo com a V.tal também fazem parte da linha de Aluguel e Seguros.
A própria Oi tem se engajado em discussões cotidianas com a parceira sobre como renegociar, aliviar, manter ou compensar reajustes de preços no aluguel das redes de fibra, além de condições como uso mínimo, relatou Abreu. "Esperamos ter sempre o mais próximo possível das condições de mercado, […] para que o contrato não fique desbalanceado para nós na comparação com outros players", afirmou o CEO.
No bojo do novo plano de recuperação judicial negociado pela Oi com credores, a venda da base de clientes é alternativa para entrada de recursos ao lado da alienação de ativos como a participação da tele na própria V.tal. Contudo, Abreu lembrou que novas diluições da fatia da tele (atuais 31%) podem ocorrer até o final de 2025, devido ao desempenho da V.tal em algumas métricas acordadas no contrato de venda ao BTG.
Cenário
No terceiro trimestre, a Oi apontou cenário competitivo e macroeconômico mais duro no mercado de banda larga, levando a queda de 30 mil clientes de fibra na comparação com o segundo trimestre – para cerca de 4 milhões de acessos. Abreu explicou que as regiões onde a empresa é forte foram afetadas mais do que a média pelas condições de mercado e que a própria operadora adotou políticas de aquisição de clientes mais restritivas.
O novo portfólio de banda larga da Oi, contudo, estaria começando a ganhar tração com efeitos na receita média por usuário (ARPU), na medida que velocidades maiores são contratadas. No terceiro trimestre as receitas com fibra da empresa cresceram 6%, para R$ 1,1 bilhão, levando a empresa a manter meta de R$ 4,5 bilhão com o negócio no ano e acreditar em uma boa entrada de 2024 no segmento.
Péssima administração. Não tem nada positivo. Valor das ações caíram mais de 90% nos últimos dois anos. Quem acreditou nas estratégias do Rodrigo se deu muito mal….