A TV Globo, por meio do assessor da direção geral de engenharia da emissora, Carlos Brito, afirma que não é contra a entrada de novos players no mercado brasileiro, apesar de entender que o País não precise de mais redes de televisão, que poderiam vir como decorrência da regulamentação da TV digital. ?A TV digital precisa de uma regulamentação clara. A entrada de novos players é inviável economicamente, já que a receita publicitária é uma só. No entanto, como cidadão, gostaria de mais redes de qualidade?, afirma.
Brito disse nesta quinta, 9, durante o painel ?Barreiras Regulatórias e Tecnológicas para Distribuição de Conteúdo?, realizado na Telexpo, que apóia as três tecnologias propostas para o modelo de TV digital no Brasil. No entanto, não escondeu sua preferência pelo modelo japonês. ?Acredito no modelo HDTV. Apesar dos três oferecerem praticamente as mesmas funções, o japonês é o único que não há limitações?, enfatiza.
A emissora também defendeu a TV digital gratuita. O engenheiro explicou que, mesmo já oferecendo conteúdos para celulares, internet, cabo e satélite, com a implantação da TV digital, a Globo precisaria produzir conteúdos diferentes para cada tipo de mídia. ?Teremos muitos desafios, como criar uma plataforma de programação mais complexa, um novo sistema de codificação e distribuição de conteúdos para celulares, entre outros?.
Distribuição
As operadoras móveis, por sua vez, voltam a afirmar que não têm interesse em produzir conteúdos digitais, e sim em distribuí-los. ?Estamos observando algumas tendências, como o aumento da capacidade de banda das redes de celulares e a operabilidade em freqüências desregulamentadas, como BT, WiFi e WiMax?, diz Alex Jucius, gerente de divulgação de novos serviços da Vivo. Vale lembrar que, mesmo não produzindo conteúdos, as teles entram na dispouta por direitos (como aconteceu com a própria Vivo, que levou os direitos de transmissão dos gols da Copa do Mundo) e algumas até investem em empresas de conteúdo, como a Telemar, que adquiriu a Gamecorp.
Consumidor
Para o diretor geral da produtora audiovisual Móbile Mixer, Fernando Sodré, o processo de regulamentação deve focar os interesses dos consumidores. ?Os modelos de negócios sempre foram baseados na tecnologia. As leis em vigor se baseiam nas concessões das faixas de freqüência. A regulamentação que está por vir, por sua vez, deve levar em conta o comportamento do consumidor, que geralmente passa mais tempo fora de casa do que dentro de seu domicílio?, conclui.