Operadoras querem mais do que a proposta da Anatel para a faixa de 4,9 GHz

Foto: Pixabay

Não é novidade que as operadoras querem mais espectro para o serviço móvel, em especial com a chegada do 5G, mas no caso da faixa de 4,9 GHz, as empresas sugerem que a Anatel conceda além dos 160 MHz da proposta colocada em consulta pública encerrada na semana passada. Ainda que haja a necessidade de preservar a comunicação de backhaul de rádio, especialmente da telefonia fixa, a Vivo e a Claro propõem solução de sincronização – ao contrário da Oi, que afirma haver uma necessidade de mudança total nos enlaces.

A associação global de operadoras móveis (GSMA) citou estudos da consultoria Coleago para mostrar a necessidade de mais banda para o 5G nos próximos anos. Assim, justifica que é necessário destinar toda a faixa de 4,9 GHz – ou seja, os 190 MHz de 4.800-4.990 MHz, retirando até os 30 MHz que a Anatel tinha deixado para as comunicações de Segurança Pública e Defesa. Para a entidade, a proposta da consulta pública "em limitar a destinação móvel à porção de 4.800 MHz a 4.960 MHz se mantém conservadora e pode ser limitadora dos benefícios dos serviços 5G nesta década".

A Vivo concorda com a premissa da GSMA de dedicar os 190 MHz ao serviço móvel. A operadora ressalta que a faixa já está em processo avançado de harmonização internacional, mas lembra que há uma demanda que causaria "desnivelamento" por mais espectro. Por isso acredita que os 160 MHz seriam insuficientes para esta "assimetria". 

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Como é uma concessionária também, a Vivo sugere que a mesma faixa seja utilizada nos enlaces ponto a ponto para suporte a sistemas ponto-multiponto ou ponto-área, entre estações nodais ou bases desses sistemas operando na mesma faixa. Desta forma, a operação sincronizada (TDD) impediria interferências. 

Com teor da contribuição sugerindo os mesmos pontos, a Claro sugere que a arrecadação obtida com o leilão das faixas de 4,9 GHz seja destinada ao processo de limpeza. O posicionamento é o mesmo: destinar 190 MHz para as operadoras. 

Fornecedores

Os fornecedores são mais conservadores. A Qualcomm apoia a destinação de bloco de 160 MHz para os serviços em linha com a banda n79 do 3GPP para o 5G, "visando alinhar o cenário de alocação do espectro brasileiro aos grandes avanços de adoção de espectro para IMT globalmente". Para a Segurança Pública, a fornecedora entende ser melhor destinar a porção de 30 MHz na faixa de 4.960-4.990 MHz.

Já a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) destaca que essa destinação de 160 MHz facilita uma eventual licitação de dois blocos de 80 MHz. "Este alinhamento garante o ecossistema de terminais disponíveis e compatíveis com a banda referenciada pelo 3GPP como forma de fomentar o mercado local e garantir que o setor de telecomunicações local possa usufruir da operação na faixa em questão com ampla disponibilidade de dispositivos."

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