A banda larga fixa sem fio (FWA, na sigla em inglês) via rede 5G pode se tornar um dos meios preferidos de conectividade doméstica, segundo um relatório da Ericsson que analisou tendências no segmento. Em muitos países, foi apontada uma falta de qualidade na rede em nichos de mercado que poderia ser oportunidade de avanço para os provedores da tecnologia.
Segundo a fornecedora de equipamentos, o FWA 5G vem emergindo como a escolha preferencial de banda larga nas residências. Para se ter ideia, 7 de cada 10 lares que usam a FWA 5G indicam que este se tornou seu principal meio de acesso à Internet.
Para a identificação, a empresa sueca avaliou 19 países, com 23.700 pessoas entrevistadas globalmente entre agosto e outubro de 2023, na faixa etária entre 15 a 65 anos. São mercados que somam 370 milhões de domicílios e 1,2 bilhão de pessoas no mundo.
"Os níveis de satisfação expressos pelas residências […] servem para apoiar a visão de que a FWA é um impulsionador para uma conectividade aprimorada, pois permite que as residências desfrutem de uma conectividade melhor e mais confiável, especialmente em mercados menos conectados, mas também em áreas mal conectadas dentro de mercados bem conectados", diz a Ericsson.
Mercados
Basicamente, a Ericsson divide o mercado de FWA 5G em três estágios principais. No primeiro se inserem os mercados com o mínimo ou nenhuma banda larga fixa sem fio 5G, a exemplo de Brasil, Índia, Nigéria, Indonésia, Tailândia, México, Malásia e Turquia.
Em um segundo estágio, estão os países com maiores esforços no setor, entre eles Canadá, Alemanha, Japão, República Tcheca, Reino Unido e Filipinas. Por último, figuram os países que se encontram em uma fase mais avançada da tecnologia, baseado em implantações em larga escala e velocidade, como Estados Unidos, Noruega, Omã, o Reino da Arábia Saudita e a Austrália.
Mesmo comparado à fibra, as famílias pesquisadas teriam se mostrado mais satisfeitas com a conexão via FWA 5G, levando em conta o tempo de entrega, condições contratuais, qualidade do equipamento e nível de custo.
Já considerando aspectos como velocidade, cobertura interna, segurança e capacidade, a satisfação dos usuários de FWA 5G se mostrou próxima à da fibra quanto ao desempenho da rede, constatou a Ericsson.
Dentro dos países, há, também, uma disparidade na percepção do desempenho da conectividade, dependendo dos locais das residências. Em áreas rurais, por exemplo, foi notada as maiores taxas de aprovação, seguida das áreas metropolitanas, enquanto os domicílios em pequenas cidades contam com taxas de satisfação menores.
"A satisfação compartilhada pelas residências em áreas rurais destaca o papel importante que a FWA 5G desempenha como contribuinte para reduzir a divisão digital, dando às residências a chance de desfrutar de uma conectividade confiável com velocidades semelhantes às da fibra", frisa o documento.
Em paralelo, também foram identificadas diferenças "notáveis" na comparação com as residências que utilizam o FWA 4G. Neste ponto, muitos domicílios expressaram um nível de contentamento menor com o serviço baseado em rede 4G, tanto na experiência de consumo quanto no desempenho, em relação à FWA 5G e à fibra.
Oportunidades
De acordo com o relatório, alguns mercados possuem uma alta implantação da fibra a nível nacional (caso do Brasil), enquanto há certa defasagem nas áreas rurais. No entanto, diversos países, impactados pela disparidade digital, carecem de conectividade banda larga na maioria das residências. Em números: cerca de 1 bilhão de domínios (50% da população) são mal atendidos quando o assunto é velocidade e resiliência das redes, afirma a Ericsson.
Apesar da diferença na conectividade entre os países, observa a empresa, é possível perceber alguns aspectos olhando para o nível global de satisfação com os níveis de conectividade em vigor.
Para se ter ideia, 2 em cada 3 residências pesquisadas afirmam contar com banda larga em casa. Desses, boa parte (44%) se mostram satisfeitos com a performance da conectividade, levando em conta a velocidade e a estabilidade da rede.
Por outro lado, mais da metade das residências entrevistadas (56%) dizem que falta conectividade banda larga e/ou estão menos satisfeitos com o atual nível de serviço fornecido. Neste aspecto, segundo a Ericsson, há um bom potencial de competição em larga escala para os fornecedores de FWA.
"Do ponto de vista da FWA, entender os níveis gerais de satisfação com a Internet banda larga nas residências de diversos países – e em diferentes áreas dentro desses países – oferece oportunidades para compreender como e onde posicionar melhor as ofertas de FWA 5G para capturar o crescimento potencial", afirma o relatório.