Cisco mantém otimismo diante de contexto adverso, diz CEO

CEO da Cisco, Chuck Robbins, durante abertura do Cisco Live 2023 em Las Vegas. Foto: Bruno do Amaral

CEO e chairman da Cisco, Chuck Robbins se diz otimista com a empresa. Mesmo ainda precisando lidar com impactos dos problemas nas cadeias de suprimento de componentes, com possível recessão ou mesmo com o cenário geopolítico global, ele diz que encara o momento de forma natural. "Acredito que tecnologia nunca foi tão estratégico", destacou ele durante coletiva de imprensa após abertura do evento Cisco Live, que acontece nesta semana em Las Vegas, Estados Unidos.

Isso porque, na visão do executivo, o momento nunca deixou de ser complicado. "Seria suficiente lidar só com as mudanças da tecnologia", diz. "Agora estamos tendo que lidar com todas as coisas acontecendo no mundo: lidamos com a pandemia, com a inflação, desafios de cadeia de fornecedores, guerra na Europa, preocupações com custos de energia, polarização no país e no mundo, nacionalismo etc. Vivemos em um espaço complicado", analisa, lembrando que os serviços globais também significam lidar com soberania de dados que trafegam nos diferentes países.

Uma das principais questões de transição tecnológica que a empresa enfrenta agora é com a inteligência artificial. Robbins cita que a empresa busca trabalhar para que os modelos novos possam "rodar em um mundo tradicional ethernet", mas que ainda está em fase inicial de uma estratégia. "Temos discussões internas sobre a abordagem. Não sei se envolve alocação de capital diferente, mas o que a gente deve considerar à luz de tudo isso. Ainda não chegamos a nenhuma conclusão", declara.

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O executivo explicou ainda que é parte da estratégia da Cisco adequar a infraestrutura para essas novas aplicações. "Construímos redes baseados no fato de que o tráfego se origina na borda e termina em um data center privado. Era assim que funcionava. Agora tem que arquitetar a infraestrutura para lidar com os fluxos de tráfego que são muito diferentes."

"Quando você tem uma mudança de paradigma como se vê agora, não tem muito debate. Você duplica os esforços naturalmente", detalhou o EVP e general manager da área de segurança e colaboração da companhia, Jeetu Patel. Segundo o executivo, a intenção é não tratar a IA apenas como o assunto do momento. "Estamos garantindo que não vamos inovar apenas em curto prazo", coloca.

Outros desafios citados pelo CEO Chuck Robbins envolvem a segurança, a simplificação estratégica do portfólio da fornecedora e medidas de sustentabilidade. A Cisco trabalha atualmente com um milhão de clientes e parceiros no mundo, além de 82 mil clientes de governo.  Ele voltou a mencionar o desafio de conectar os 3 bilhões de pessoas no mundo ainda offline, e diz que há atualmente 15 bilhões de conexões passando pelas redes da empresa no mundo. 

* O jornalista viajou a Las Vegas a convite da Cisco.

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