Buscando reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) também entre a cadeia de fornecedores, além das operações próprias, a Vivo está buscando compromissos formais de sustentabilidade junto a 125 de seus principais parceiros.
O esforço faz parte de abordagem para reduzir as emissões relacionadas ao chamado escopo 3 de emissões de GEE – ou as que reúnem atividades indiretas como transporte, fabricação de produtos e descartes de resíduos, além de clientes. "Selecionamos os mais intensos emissores de CO² entre os nossos 1,2 mil fornecedores e estamos fazendo jornada bem extensa de sensibilização e levantamento de inventário de emissões para uma agenda prática de redução, inclusive com cláusulas nos contratos para acelerar o processo", afirmou o VP de relações institucionais e de sustentabilidade da Vivo, Renato Gasparetto.
Durante evento em São Paulo sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) realizado nesta terça-feira, 5, o executivo comemorou que nas emissões próprias (o escopo 1), a empresa já emplacou redução de 80% desde 2015. Por outro lado, as emissões de escopo 3 contemplam 90% de todas as emissões geradas, segundo relatório da empresa.
Neste sentido, se para os escopos 1 e 2 (emissões proveniente do consumo de energia elétrica) a meta é de reduzir as emissões em 90% até 2030 (com relação a 2015), para o escopo 3 o objetivo está em 56% até 2030 (com relação a 2016). "O desafio está no fato de que, por serem em grande parte emissões indiretas geradas pelos nossos fornecedores e clientes, elas não estão totalmente sob o nosso controle", afirmou relatório da Vivo.
Ao TELETIME, a gerente em sustentabilidade da operadora, Marsuri Romero, revelou que são 125 os parceiros que demandaram o acompanhamento mais próximo realizado pela empresa, passando por players de segmentos como logística e equipamentos. A executiva recorda que o trabalho está em curso desde 2021 a partir da realização de workshops com fornecedores, em ciclo que deve ser concluído neste com a assinatura de metas formais.
Como já apontado anteriormente, fornecedores da cadeia de telecom representam um grande desafio na estratégia de sustentabilidade do setor. A Boston Consulting Group (BCG), por exemplo, já estimou que, globalmente, 75% das emissões de GEE vinculadas às empresas de telecom venham do chamado escopo 3, em patamar ainda menor que o apontado na operação da Vivo.