Políticas de equidade de gênero e igualdade de oportunidades estão na agenda das operadoras

As agendas das empresas não passam apenas por elaborar estratégias de negócios, mas também por implementar políticas que tenham como foco assegurar maior representatividade, igualdade de oportunidades e equidade de gênero em ambientes corporativos. No Seminário Telecom ESG, organizado pelo TELETIME nesta terça-feira, 4, Oi, TIM e Vivo mostraram como essas agendas estão sendo implementadas e testadas no seu mundo corporativo.

Manoela Osorio, Diretora de Comunicação e Cultura Organizacional da Oi, explicou que na empresa diversidade é algo que permeia a organização. "Não é um programa ou uma área, mas sim uma plataforma, e está está muito espalhada pela Oi. Estamos organizados em pilares importantes, como o de tornar a nossa marca humana", explicou ela, destacando compromissos com ESG na tele.

Osorio disse também que há um processo de recrutamento e treinamento implementado pela empresa para dar oportunidades às pessoas das novas gerações se desenvolverem e serem melhor aproveitadas, enquanto ajuda a operadora a alcançar mudanças internas e externas. "Estamos hoje em um caminho onde temos uma oportunidade interna que acolhe as gerações futuras que vai nos ajudar a acelerar os caminhos da transformação social que pretendemos. Diversidade é uma conversa de propósito. E isso é o que fortalece nosso programa de diversidade", afirmou Osorio.

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Carolina Sierra, da Vivo

Na Vivo, o programa de diversidade tem quatro anos e a empresa é signatária dos marcos de empoderamento feminino da ONU. Segundo Carolina Sierra, gerente de Cultura e Inclusão da Vivo, a operadora conta com uma mulher negra no conselho administrativo. Além da agenda das mulheres, a Vivo também tem como foco principal, questões geracionais. Ela ressaltou que há "um caminho longo a ser trilhado", mas que já tem implementada as políticas de contratação de pessoas com mais de 50 anos nas lojas da operadora. Sierra conta que uma prática adotada pela empresa na hora de selecionar profissionais é avaliar a vida das pessoas. "É preciso ver como essa experiência pode trazer crescimento para a empresa. Precisamos ver que habilidades essas pessoas têm", afirmou.

"Essas práticas são boas para desequilibrar as atuais representações das empresas. Também temos ações afirmativas, como o programa de trainee, que tem 50% destinadas para pessoas negras", explicou Sierra, no evento. Sobre licença maternidade, a gerente explicou que a Vivo tem uma política de acolhimento das pessoas, e não apenas de mulheres, no retorno da licença maternidade. "Isso parte de um olhar cuidadoso para as mulheres que voltam da licença maternidade, permitindo horários flexíveis e preparando salas para extração de leite, por exemplo", finalizou a representante da Vivo.

Na TIM, Debora Areas de Oliveira, Gerente de Diversidade e Inclusão da empresa, explica que a meta da operadora é sempre ter um ambiente de trabalho pautado do respeito. Oliveira explicou no evento que a operadora atua em pilares, como o da equidade de gênero, politicas raciais, política LGBTI+, e medidas voltadas para funcionários acima de 45 anos. "Também temos parcerias com organizações como ONU Mulheres. Nós trabalhamos muito a interseccionalidade, para ter mulheres com deficiência, LGBTQIA+ etc.", disse.

Sobre licença maternidade, Debora Oliveira destacou que a empresa também concede o benefício não apenas para mulheres. "Na TIM, damos licenças para homens trans, que possuem um útero e podem também gestar. Essa pessoa ganha licença de 180 dias", disse.

Mais amadurecimento

Mas para Marise de Luca, da organização Mulheres do Brasil, apesar da pauta da equidade de gênero estar presente em todas as empresas do setor de telecom, é preciso mais amadurecimento. "Existe estruturação das áreas, criação de programas, investimentos em educação, mas também existe um espaço para melhorar", apontou.

Marise de Luca, Mulheres do Brasil

Ela também destacou que ainda há muito preconceito para contratação do público acima de 60 anos. E um dos argumentos, segundo a especialista, é que o plano de saúde é mais caro para esse público. "Nessa evolução do tema, as empresas precisam continuar trabalhando, dando espaço e visibilidade para os diversos públicos. Precisamos trabalhar essas questões todos os dias, de maneira interna e externa", afirmou.

Por fim, Marise de Luca ressaltou que é importante investir na formação de pessoas com deficiência (PcD), que passam dificuldades de capacitação. "As pessoas precisam fazer a formação das PcD para prepara-las para adentrar na empresa. Isso porque essas pessoas têm dificuldades de capacitação, devido a própria falta de acessibilidade estrutural", finalizou.

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