Conectividade celular IoT para o desenvolvimento de smart cities

Carlos Campos, da Emnify

O setor de telecomunicações no Brasil tem evoluído e se transformado rapidamente, impulsionando também o crescimento de diversos outros segmentos. Um deles é o de smart cities ou cidades inteligentes, que estão se tornando cada vez mais conectadas e dinâmicas, graças principalmente aos avanços relacionados à Internet das Coisas (IoT), que trazem melhoria na qualidade de vida dos cidadãos e na eficiência dos serviços urbanos.

Por meio de sensores e dispositivos conectados em toda a cidade por redes de comunicação sem fio, como 5G e Wi-Fi, os governos e empresas podem coletar e analisar dados em tempo real e responder de forma mais rápida às necessidades da população. E vale destacar que a conectividade é o fermento do bolo das smart cities, aquilo que faz com que cresçam e se desenvolvam, permitindo a comunicação ágil entre aparelhos, infraestruturas e sistemas de gerenciamento.

Quando todos os sistemas estão em perfeito funcionamento, os dados fluem livremente entre os diferentes pontos do município, facilitando a coordenação e o controle de uma ampla gama de serviços urbanos. De acordo com o Ranking Connected smart cities 2023, que mapeou 656 municípios brasileiros com mais de 50 mil habitantes, Florianópolis (SC) ocupa a primeira posição como cidade mais inteligente, seguida de Curitiba (PR), São Paulo (SP), Belo Horizonte (BH) e Niterói (RJ).

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Dados como esse indicam que há uma lacuna nos investimentos recebidos pelas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, e reforçam como ainda existe muito a ser explorado nessas localidades.

Um estudo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) mostra que há no Brasil aproximadamente 452 pedidos de patentes relacionados à aplicação do 5G em projetos de smart cities, divididos entre solicitações para acesso de banda larga (208), Internet das Coisas (77), soluções tecnológicas na área de saúde (e-health) (61), veículos conectados (50) e realidade aumentada e virtual (46).

É importante destacar que as redes celulares para IoT possuem um papel fundamental na coleta e análise de dados em cidades inteligentes – além de serem mais seguras e confiáveis do que as redes Wi-Fi. São os sensores integrados a sistemas de iluminação pública, gestão de resíduos, transporte público e muitos outros que permitem monitorar o funcionamento do município em tempo real. A partir disso, as organizações podem utilizar as informações captadas para otimizar o uso de recursos, melhorar a eficiência operacional
e oferecer serviços personalizados para a população.

Além disso, essa tecnologia está estimulando a inovação em diversas áreas, como segurança pública, com os sistemas de vigilância baseados em IoT que podem ajudar a detectar e prevenir crimes, e mobilidade urbana, a partir das soluções para o transporte inteligente, que conseguem reduzir congestionamentos e melhorar a acessibilidade.

Nesse cenário, há ainda os smart buildings, ou edifícios inteligentes, com sistemas que mantêm as pessoas e os bens internos protegidos e seguros, reduzem o impacto climático por meio do monitoramento ambiental e do consumo de energia e diminuem os custos para os proprietários, com insights que otimizam a gestão do edifício. Eles também contribuem para o desenvolvimento das smart cities por serem centros inteligentes que incentivam o crescimento de um ecossistema urbano interconectado.

Outra vantagem dessa integração é o aprimoramento das iniciativas sustentáveis. Segundo informações da Organização Mundial da Saúde (OMS), a poluição do ar ambiente é responsável por 4,2 milhões de mortes prematuras anualmente. As cidades e indústrias vêm lutando contra a má qualidade do ar ao longo de décadas, e a falta de acesso a soluções de monitoramento acessível e escalável é um dos principais obstáculos. Com soluções baseadas em Internet das coisas, é possível acompanhar a qualidade do ar e da água e capacitar municípios e comunidades a tomar medidas mais efetivas para garantir que a população permaneça saudável.

Portanto, quanto mais as companhias e governos entenderem que o investimento em ferramentas inovadoras para as smart cities age também como um alicerce que suporta e incentiva a expansão de tecnologias e o cuidado com o meio ambiente, mais preparados estarão para lidar com as transformações da sociedade e avanços tecnológicos. A partir disso, poderão ajustar suas operações sempre que necessário não apenas para se destacar
frente à concorrência, mas também continuar contribuindo para o sucesso das cidades conectadas.

*Carlos Campos é Diretor-geral da emnify no Brasil. As opiniões expressas nesse artigo não necessariamente refletem o ponto de vista de TELETIME.

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