As oportunidades do mercado satelital existem em todos os tipos de constelações, segundo apresentaram as operadoras Astranis, Intelsat, SES e Telesat durante o Congresso Latinoamericano de Satélites, realizado nesta quinta, 1, no Rio de Janeiro.
Essas demandas para órbita baixa vão crescer exponencialmente em dez anos, segundo previsão divulgada pela Telesat. O faturamento global no mundo atualmente é de US$ 18 bilhões, dos quais US$ 1,8 bilhão vêm da área de consumidor final. A empresa estima que o montante chegará a algo entre US$ 400 bilhões e US$ 600 bilhões por ano, dos quais metade serão da área de consumo, e cerca de US$ 70 bilhões apenas para áreas de enterprise, aviação e corporativo. "Não tenho dúvida alguma que em 2031 este lugar estará muito maior e estaremos todos fazendo dinheiro", afirmou o CCO da empresa, Glenn Katz.
No modelo de negócios da Astranis, há uma promessa de uso de microssatélites GEO, cinco dos quais serão lançados nos próximos 12 meses, e as empresas contratam os satélites no modelo de leasing. A ideia é reduzir custos com a escala da produção de satélites por lote, e entregando um satélite de prateleteira (mas customizável por software) em menos de dois anos, segundo o diretor comercial da empresa, Giuseppe Ferraioli. "Os clientes estão pedindo para gente soluções locais, satélites GEO tradicionais com cobertura continental. No mercado no Brasil tem demandas bem focadas, problemas pontuais, como capacidade para Amazonas e zonas rurais no Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás etc. A diferença é que a Astranis pode focar capacidade HTS tanto em banda Ku como Ka, focando em região específica."
Ao mesmo tempo
O conceito multiórbita é também usado pela Intelsat, como declarou o VP Latin America sales da empresa, Ricardo La Guardia. "Hoje trabalhamos [além do GEO] com MEO e LEO, e toda a parte da infraestrutura terrestre. Precisamos fornecer ecossistema muito robusto, transparente e fácil", explica. Segundo o executivo, o foco é entregar o serviço completo ponta a ponta, e não apenas capacidade. "Tudo que não é GEO, estamos trabalhando fortemente, e uma das tecnologias é a de HAPS – avião e balão que funciona como satélite e atinge locais específicos -, e toda a parte de infraestrutura."
"Por muitos anos, era um ou outro. Mas agora estamos finalmente entendendo que é uma complementaridade", destaca o diretor de desenvolvimento de mercado da SES, Diego Paldao, ao falar sobre as diferentes altitudes de constelações. Ele diz que se trata de um momento "fantástico" da indústria, uma vez que há demanda no mercado para todos os tipos de constelação, incluindo as tradicionais GEO. Para o diretor, é possível ter o modelo de múltiplas órbitas – a companhia espera capturar parte dessa oportunidade com a constelação de altura média (MEO) da O3b mPower.
O Congresso Latinoamericano de Satélites é realizado pela Glasberg Comunicações e organizado por TELETIME.