Mudanças na BrT não implicam volta de Dantas à Telemar

Especula-se no mercado que, uma vez fora do controle da Brasil Telecom, Daniel Dantas atuaria para reassumir sua posição de controle na Telemar, suspensa pela Anatel em 2000. TELETIME News ouviu especialistas, que consideram impossível, no cenário atual, Dantas ter poder de voz e voto na Telemar. Isso porque a participação do Opportunity na Telemar se dá integralmente via uma empresa chamada Árgolis S/A, que por sua vez é acionista da Lexpart, que tem 13,37% das ações ordinárias da operadora da Região I. A Árgolis, por sua vez, tem o CVC LP (Citibank) como sócio, com 39%; o Opportunity Zain, com 16%; e o Opportunity Fund, com 45%.
O controle do Opportunity Zain pertence aos fundos e ao Citibank, a não ser que um acordo guarda-chuva de 2003, firmado por Dantas com ele mesmo em nome de fundos e do Citi, seja considerado válido (o que dificilmente vai acontecer). E ainda assim, uma situação inusitada se coloca: o Opportunity Zain tinha 9,85% de seu capital na mão do Opportunity Fund, participação essa que, segundo fato relevante do próprio Zain na semana passada, foi vendida para a Telecom Italia. Ou seja, os italianos passaram também a ser acionistas, com um pequeno pedaço e sem poder de controle, da Telemar. A participação de 45% que o Opportunity Fund tem diretamente na Árgolis não seria suficiente para garantir o controle, portanto.
Essa participação do Opportunity na Telemar é complicada desde o momento em que surgiu, em 1999. Naquela ocasião, a Inepar vendeu a Dantas, por R$ 546 milhões (valores da época, equivalentes ao câmbio na ocasião a US$ 300 milhões), sua participação na tele. O Opportunity fez toda a operação por meio da Árgolis. Por um ano, Dantas teve voz e voto no conselho da Telemar. A atual presidente da Brasil Telecom, Carla Cico, é que era a representante do Opportunity na empresa. Em 2000 a Anatel suspendeu esses direitos de acionista, considerando que havia sobreposição com a Brasil Telecom. Até hoje essa posição da Anatel está em vigor. Como Citi e fundos de pensão continuam no controle da Brasil Telecom, não é possível que a Árgolis reassuma sua posição no controle da Telemar.

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