Oferta pela Telecom Italia dispara onda de apostas para o Brasil

A oferta que a América Móvel, do grupo Telmex, e a AT&T fizeram para a aquisição de um terço cada uma no capital da Olímpia, empresa que tem participação da Pirelli e Sintonia, e detém 18% da Telecom Italia, no valor de US$ 6,4 bilhões, fez as ações da TIM, Vivo e BrT figurarem entre as maiores altas desta segunda-feira, 2, apesar da baixa de 0,45% registrada pela Bovespa.
A perspectiva da consolidação entre a TIM e a Claro no Brasil é considerada positiva pelos analistas pois criaria sinergias e escala entre as operadoras, ampliando suas margens pela redução do número de competidores. Felipe Cunha, da Brascan Corretora, diz que não acredita em restrições por parte dos órgãos de defesa de concorrência, pois o novo modelo, com três competidores, ocorre também em outros países. A maior preocupação é com o Estado de São Paulo, onde a fusão reduziria o mercado a apenas dois competidores e as empresas não poderiam ter licenças na mesma região. ?Seria vantajoso para a Claro devolver uma das licenças no Estado e integrar clientes?, diz o analista do Bear Stearns, Alexandre Constantini. Além da questão regulatória, as empresas teriam que consultar o Cade devido a concentração de mercado em São Paulo, onde as duas operadoras deteriam quase 60% do mercado.
Luciana Leocádio, da Ativa Corretora, destaca que do ponto de vista societário o negócio poderá ter impacto nas operação brasileira da Telecom Italia, uma vez que existe a possibilidade de interpretação, por parte das autoridades locais, de que a venda desta participação representaria alteração indireta na estrutura de controle da TIM Brasil, gerando eventual necessidade de realização de uma oferta pelas ações ON da operadora móvel brasileira, de acordo com a legislação vigente.

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O negócio da América Móvil e AT&T, segundo Constantini, não sinaliza imediatamente um interesse na parte da Telecom Italia na Brasil Telecom. porque esta não detém o controle. Mesmo assim as ações da BrT ON valorizaram 2,4% e fecharam a R$ 42,50. As ações da Vivo valorizaram 2,37% fechando a R$ 7,33.

Posição do governo

Vale lembrar, contudo, que a grande resistência ao negócio não está no Brasil, mas no governo italiano, que não quer empresas estrangeiras controlando a principal empresa de telecomunicações italiana.
O governo italiano, que já havia vetado a venda da TIM no início do ano por não querer que as ações da companhia ficassem com operadoras estrangeiras, disse nesta segunda-feira, que "vai respeitar a decisão do conselho de acionistas".
A participação da Olimpia na Telecom Italia também é disputada pela Telefónica de España que anunciou no mês passado que havia reiniciado conversações com a operadora italiana.

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