A cautelar da Anatel que suspendeu de vendas e novas habilitações de linhas móveis das operadoras Claro, Oi e TIM serviu para acelerar o processo de testes do lightRadio, a small cell da Alcatel-Lucent em formato de cubo para cobertura metro, de áreas externas. De acordo com o presidente da Alcatel-Lucent Brasil, Jonio Foigel, três operadoras móveis estão realizando trials com o lightRadio, mas não necessariamente as três suspensas. “Os testes estão sendo feitos com metro cells 3G, para ampliação da capacidade das macro células, e 3G combinada com Wi-Fi, para ajudar no offload do tráfego de dados das redes móveis”, conta o executivo. “A suspensão afeta principalmente as redes existentes e haverá antecipação de certos investimentos em qualidade nos pontos mais críticos das redes e em call center, e temos soluções para ambos os problemas”, comenta Foigel. A vantagem do cubo, segundo a fornecedora, é a facilidade de instalação, num momento em que teles enfrentam grandes restrições de prefeituras para instalação de novos sites, e economia de energia.
O equipamento ainda não foi apresentado para homologação da Anatel. Segundo Foigel, a ideia é finalizar os testes com as operadoras para definir as características e especificações técnicas que o lightRadio deverá ter para atender às demandas específicas das teles, para então ser enviado para homologação. “Uma vez definido isso, a homologação deve sair em um ou dois meses”.
O cubo é uma das apostas da Alcatel-Lucent para a América Latina. De acordo com o presidente para América Latina e Caribe, Osvaldo Di Campli, há um total de dez testes-piloto sendo realizados na região, incluindo Brasil, México, Equador, Peru e Uruguai.
A expectativa da fornecedora é lançar a versão LTE do lightRadio já em 2013.
4G
Fora do mercado brasileiro de 3G, o recém-realizado leilão de 4G é a grande esperança da Alcatel-Lucent para conquistar presença no mercado de infraestrutura de acesso móvel. Segundo Foigel, a empresa já tem proposta sendo analisada por três operadoras e aguarda ainda o sinal verde da quarta operadora com sua RFP para enviar proposta. “As propostas variam de acordo com a operadora. Há quem esteja procurando um fornecedor em regime de turn-key, há quem está separando core, de transmissão e de acesso. Estamos com propostas em todos os formatos e estamos bastante otimistas”, diz. Foigel acrescenta que a Alcatel-Lucent tem feito um esforço muito grande para ter propostas competitivas para o 4G e acredita que os primeiros resultados das RFPs no mercado já sejam conhecidos nas próximas semanas. “A primeira operadora deve anunciar sua decisão nas próximas semanas e as demais, entre meados de agosto e o começo de setembro”, estima.
Para fornecer equipamentos para redes 4G, a Alcatel-Lucent fabricará estações radiobase (ERBs) no Brasil. "Fabricação local é a regra do mercado e vamos fabricar aqui. Quase todo mundo terceiriza essa fabricação local com empresas especializadas e faremos o mesmo", revela Foigel. A escolha da empresa que fará a fabricação em regime de OEM já foi feita, mas o executivo não revelou detalhes. "Já estamos trabalhando pesadamente com a terceirizada", limitou-se a dizer.
Femtocells
Além do contrato global com a Telefónica para instalação de femtocells em todas as operações do grupo, inclusive no Brasil, a Alcatel-Lucent também já realiza testes destas micro células no País com outras duas operadoras móveis. As femtocells ampliam a capacidade de cobertura móvel em ambientes indoor e, através de uma conexão direta com a banda larga fixa da residência, escritório ou estabelecimento comercial, escoam o tráfego para as redes fixas. “Estamos aguardando a aprovação da desoneração das redes de banda larga. Assim, esses equipamentos de femtocell poderão ser incluídos e se tornariam uma opção economicamente viavél”, diz Foigel. No momento, esses equipamentos ainda são tarifados como uma ERB convencional. Uma vez aprovada a desoneração, a Alcatel-Lucent deve iniciar a instalação das femtocells da Telefônica no Brasil.