Em comunicado publicado nesta sexta-feira, 31, a Huawei avaliou como positivo o conjunto de medidas de segurança definido pela União Europeia (UE) para estados-membros e operadoras do bloco durante implementação do 5G. Segundo a fornecedora de equipamentos, a "abordagem não tendenciosa e baseada em fatos" deve permitir que a companhia siga operando no continente.
"A Huawei exaltou a decisão da União Europeia que permite que a companhia continue participando da distribuição 5G no continente. Essa abordagem não tendenciosa e baseada em fatos em relação à segurança do 5G permite à Europa ter uma rede 5G mais segura e mais rápida", afirmou o comunicado.
A empresa lembrou que está presente na Europa há quase 20 anos e que "possui um histórico comprovado de segurança". A companhia chinesa também sinalizou que trabalhará com governos e indústrias da região para desenvolver padrões comuns de confiabilidade de rede.
Nesta última quinta-feira, o grupo de cooperação para redes e sistemas de comunicação da UE divulgou uma série de regras para garantia da segurança do 5G no bloco. Elas incluem a definição de perfis de risco dos fornecedores; a restrição para players "de alto risco", incluindo exclusão da atuação em funções críticas como core de rede; estratégias para diversificação de fornecedores; e o fortalecimento dos mecanismos de segurança digital.
O arcabouço é semelhante ao imposto no Reino Unido, em decisão que deve afetar os negócios da Huawei na nação. Em teleconferência de resultados trimestrais na quinta-feira, Philip Jansen, o CEO da British Telecom, uma das operadoras britânicas que mais utiliza equipamentos da Huawei, estimou de forma preliminar que o impacto da limitação imposta pelo governo de cerca de 500 milhões de libras (US$ 659,3 milhões) nos próximos cinco anos. Ele disse que "haverá um impacto nos nossos planos de implantar 5G e nos equipamentos usados para construir nossa rede FTTP". Segundo o executivo, o impacto total nos planos da empresa ainda está sendo calculado.
No caso dos países do bloco europeu, especificidades serão definidas individualmente até o fim de abril. A fornecedora asiática tem enfrentado intenso escrutínio desde o recrudescimento da tensão comercial entre EUA e China. Em solo norte-americano, a empresa já enfrenta uma série de restrições comerciais. (Colaborou Bruno do Amaral)