Medidas de segurança para infraestrutura de telecom no Reino Unido limitam atuação de chineses

Foto: Pixabay

O secretário de Relações Exteriores do Reino Unido, Dominic Raab, declarou no parlamento britânico nesta terça-feira, 28, quais as medidas que serão tomadas pelo governo para a segurança na infraestrutura de telecomunicações. Na ocasião, ele também revelou posição do governo sobre fornecedores – notadamente se referindo às chinesas Huawei e ZTE – as quais Raab qualifica como de "alto risco".

Na prática, o governo limitou essas empresas à rede de acesso, impedindo a atuação em áreas mais críticas como core de rede. Dessa forma, a administração do primeiro ministro Boris Johnson tenta agradar as teles (e os chineses) quanto o governo dos Estados Unidos.

A partir da Revisão da Cadeia de Suprimentos de Telecomunicações, o Centro Nacional de Cibersegurança do Reino Unido elaborou um estudo mais detalhado mostrando o que é necessário para proteger o 5G, em qualquer lugar do mundo, disse Raab. "Nós sabemos mais sobre a Huawei e os riscos que ela representa do que qualquer outro país do mundo. Agora, estamos levando adiante as recomendações da revisão em duas áreas", declarou.

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A primeira área, conforme disse o secretário, é criar regulamentações firmes sobre segurança de telecomunicações. A segunda área é proposta para melhorar a diversidade no fornecimento de equipamentos para redes de telecomunicações. "Atualmente, o Reino Unido enfrenta a escolha de apenas três grandes players para fornecer partes-chave de nossas redes de telecomunicações. Isso tem implicações para a segurança e resiliência dessas redes, bem como para futuras inovações e capacidade de mercado. É uma 'falha de mercado' que deve ser tratada", declarou.

Isso implicará na implantação de todas as ferramentas à disposição do governo, incluindo financiamento. "Faremos três coisas simultaneamente: procuraremos atrair fornecedores estabelecidos que não estão presentes no Reino Unido para o nosso país; apoiaremos o surgimento de novos participantes disruptivos na cadeia de suprimentos e promoveremos a adoção de padrões abertos e interoperáveis que reduzirão as barreiras à entrada", disse Raab.

Para redes 5G e fibra ótica, a Revisão do Reino Unido concluiu que, com base na posição atual do mercado britânico, os fornecedores de alto risco devem ser: a) excluídos de todas as redes relacionadas à segurança e críticas à segurança na infraestrutura nacional crítica; b) excluídos das funções críticas de segurança da rede, limitado a uma presença minoritária em outras funções da rede até um limite de 35%; e c) ficar sujeitos a restrições rígidas, incluindo não atender locais geográficos qualificados como sensíveis.

"Esses novos controles também dependem de umaestratégia de mitigação de risco aprovada pela NCSC (Centro Nacional de Cyber Segurança)para qualquer operador que use esse fornecedor. Legislaremos na primeira oportunidadepara limitar e controlar a presença de fornecedores de alto risco na rede doReino Unido e nos permitir responder à medida que a tecnologia mudar", afirmou.

No Reino Unido, o NCSC tem ajudado as operadoras a gerenciar o uso de fornecedores que, conforme avaliação do governo, apresentariam um risco maior à segurança nacional, como Huawei e ZTE. "As restrições precisas devem ser aplicadas a fornecedores de alto risco nas redes 5G e de fibra. O Reino Unido espera que as operadoras de telecomunicações dêem a devida consideração a essa orientação, como fazem com todas as suas interações com o NCSC", finalizou Dominic no seu discurso na Câmara dos Comuns.

Esforços

Dominic Raab afirmou que o governo está se esforçando para remover as barreiras para agilizar a implantação da infraestrutura de telecomunicações em todos os países do Reino Unido. O secretário afirmou que há uma previsão de investimento de 5 bilhões de libras para garantir que nenhuma área fique sem cobertura do serviço, mas ressaltou que é essencial que essas novas redes sejam seguras e resilientes. "É por isso que o governo empreendeu uma revisão abrangente dos acordos de fornecimento para redes 5G e de fibra completa", disse.

Raab informou que a Revisão da Cadeia de Suprimentos de Telecomunicações, apresentada no parlamento britânico em julho, apontou o alcance e a natureza dos supostos riscos e ataques que podem sofrer a infraestrutura digital – desde espionagem e sabotagem a ataques cibernéticos destrutivos. "Examinamos a questão de como manter a segurança e a resiliência da rede por muitos meses e com grandes detalhes técnicos. Nunca tomaríamos decisões que ameacem nossa segurança nacional ou a segurança de nossos parceiros do projeto 'Cinco Olhos'" disse, fazendo uma referência ao tratado secreto que autoriza o compartilhamento de informações entre o Reino Unido, EUA, Austrália, Canadá e Nova Zelândia.

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