A Nokia finalizou o primeiro trimestre de 2024 com queda de 20% nas vendas líquidas. De acordo com o balanço da empresa divulgado nesta quinta-feira, 18, as receitas da operação somaram 4,66 bilhões de euros (em torno de R$ 26 bilhões, na cotação atual) no período.
Isso puxou para baixo o lucro operacional em 6%, para 400 milhões de euros (cerca de R$ 2,23 bi). Mas a margem operacional reportada saiu de 7,3% para 8,6%. No período, porém, o lucro líquido subiu 46%, para 501 milhões de euros (R$ 2,8 bilhões).
De acordo com a empresa, o resultado era esperado devido à "fraqueza contínua do mercado" de redes. Globalmente, a Nokia entende que o primeiro trimestre do ano tenha marcado o ponto baixo da demanda, mas entende que a atividade deve melhorar "progressivamente" ao longo de 2024.
"No entanto, observamos uma melhoria contínua nas encomendas, o que nos mantém confiantes em um segundo semestre mais forte e na realização de nossas perspectivas para o ano inteiro", afirma a companhia.
Na parte de redes móveis, a fornecedora observou um tombo de 39% nas vendas líquidas, para 1,57 bilhão de euros. Segundo o executivo, isso se deve a níveis "especialmente baixos de gastos" tanto na América do Norte quanto na Índia. "Um ritmo mais lento de gastos na Índia era esperado após a rápida implantação do 5G vista no primeiro semestre de 2023, e nossas expectativas para a Índia para o ano inteiro permanecem inalteradas", disse.
Redes fixas
A empresa entende que há uma perspectiva de melhora também nas redes fixas para 2024. "O que é um sinal importante, já que este mercado muitas vezes se recupera primeiro", afirma o executivo. Por outro lado, a recuperação em redes ópticas deve levar um pouco mais de tempo, acrescenta a companhia.
Entre janeiro e março, a divisão apurou retração de 26% nas vendas líquidas, para 1,66 bilhão de euros.
Nuvem
Da mesma forma, a vertical de serviços de rede e nuvem fechou com queda de 14% nas vendas líquidas, para 652 milhões de euros. O desempenho fraco foi atribuído pela empresa ao ambiente "desafiador de gastos". "No entanto, estamos vendo uma melhoria nas encomendas e no momentum", destaca Lundmark.
A notícia boa do balanço ficou por conta da Nokia Technologies. A área, responsável pelos licenciamentos, viu as vendas líquidas subirem 213% nos três meses finalizados em março, para 757 milhões de euros, devido à conclusão de vários acordos que estavam pendentes no período.
"Agora concluímos nosso ciclo de renovação de licenças de smartphones sem grandes renovações previstas por vários anos. Isso significa que a Nokia Technologies entrou em um período de estabilidade", diz o executivo.
Agora, o negócio concentrará seus recursos em expandir em novas áreas de crescimento, com o próximo objetivo de aumentar nossa taxa de execução líquida de vendas de licenças anuais para 1,4 a 1,5 bilhão de euros no médio prazo, finaliza a companhia.
APIs
A Nokia também ressalta o progresso na sua plataforma de Network as Code. De acordo com a companhia, a plataforma permite que operadoras monetizem seus investimentos em 5G com novas fontes de receita ao oferecer aos desenvolvedores acesso avançado às APIs da rede. Neste momento, há 11 operadoras inscritas.