Para o conselheiro da Anatel, Emmanoel Campelo, a eventual venda da operação móvel da Oi para as concorrentes Claro, TIM e Vivo deve impedir que a operadora tenha prioridade na aquisição do bloco de 10+10 MHz da faixa de 700 MHz durante o leilão de 5G.
A avaliação foi compartilhada nesta sexta-feira, 30, durante debate na Futurecom com players do ecossistema dos provedores regionais (ISPs). "[A venda da operação móvel da Oi] sem dúvida nenhuma deve trazer algum impacto", afirmou o conselheiro.
Campelo lembrou que a preferência para a Oi estava prevista nas primeiras propostas da Anatel para o leilão 5G, formuladas antes do processo de venda dos ativos móveis da operadora começar. O modelo vedaria empresas que já detêm o 700 MHz de participarem da primeira rodada pelos 10+10 MHz remanescentes na faixa, deixando Claro, TIM e Vivo de fora do primeiro round.
Na prática, o formato criaria uma prioridade para a Oi, que não adquiriu 700 MHz no leilão de 4G de 2014, além dos ISPs. Durante o debate nesta sexta-feira, Campelo destacou que a capacidade prevista em 700 MHz será importante para a participação dos provedores regionais no 5G.
A Anatel corre para realizar o leilão de 5G no primeiro semestre do ano que vem. Já o leilão dos ativos móveis da Oi (no qual a proposta de Claro, TIM e Vivo é a 'stalking horse') está previsto para dezembro, com expectativa do negócio ter todas as etapas concluídas no último trimestre de 2021.