Huawei investe em OSS e acirra batalha entre concorrentes

Começa a se intensificar uma batalha de bastidores entre os fornecedores pela preferência das operadoras em seus sistemas de suporte à operação (OSS), nicho que fatura mais que diversos segmentos de hardware de segunda geração e cuja previsão de receita global para este ano é de US$ 10 bilhões. Na área de software para telecomunicações, é o item que cresce mais velozmente, exceto os produtos de valor agregado, como sistemas para IPTV, novas modalidades de charging (pagamento) e aplicações móveis baseadas em 3G, como video call, localização, plataformas de entrega de serviços (SDPs) e SOA (Service Oriented Architecture).
Para endurecer a briga, a Huawei Technologies Co Ltda acaba de criar a Huawei Software Tecnologies Co, uma unidade de negócios independente. A iniciativa é uma reação aos concorrentes Ericsson, Alcatel Lucent e Nokia Siemens, principalmente, que já atuam com esses sistemas, pois todos os grandes players estão voltando suas atenções para esta área que vem crescendo, ao contrário do mercado de hardware, que está estagnado.
De acordo com analistas do OSS Observer, o mercado global de software, avaliado em mais de US$ 17 bilhões no ano passado, deverá atingir US$ 25 bilhões em 2011. E é justamente o desejo de abocanhar uma gorda fatia deste crescente mercado que levou a Huawei a reforçar sua estratégia com esses sistemas, embora a empresa prefira manter-se discreta em relação aos seus planos.

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Incômodo aos concorrentes

Mas seus principais concorrentes estão de olho em seus movimentos e alguns deles já se sentem incomodados. O diretor executivo de serviços da Alcatel Lucent, Carlos Brito, admite que poderá rever sua estratégia, fazendo um esforço para reduzir a estrutura de custos da companhia, alterar a precificação e diminuir o preço final ao cliente. Mas esta será uma segunda etapa de defesa. No curto prazo, o executivo não prevê grande impacto do fortalecimento da concorrente chinesa e acredita que se beneficiará da atuação histórica da empresa francesa no segmento. "Mas trata-se de um competidor e o mercado muda de formatação. Até se estabelecer, isto nos dará uma vantagem competitiva", admite Brito.
Para a Ericsson, entretanto, o impacto poderá ser menor, segundo os cálculos do vice-presidente de multimídia, Jesper Rhodes. Ele explica que a empresa sueca atua na primeira camada de sistemas das redes das operadoras com o OSS, que é o element management. Portanto, sem conflito com a Huawei, que tenta entrar em network management, uma camada mais macro da rede.
"Nós estamos em outras frentes: controlamos nossa própria tecnologia, e eles (Huawei) querem fazer supervisão de várias redes, várias tecnologias", explica Rhodes. "Nós investimos também em gestão do serviço, e não dos elementos." O executivo cita como exemplo a gestão do serviço de banda larga, desde o usuário até a rede, e a supervisão do serviço do ponto de vista do usuário.

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