Existe um elefante na sala na Cable 2014. Poucos falam abertamente, mas é evidente que o processo de consolidação que pode unir as duas maiores operadoras de cabo dos EUA, a Comcast e a Time Warner Cable, é um fato que gera incertezas sobre o futuro da indústria. Juntas, as duas operadoras teriam cerca de 34 milhões de assinantes. As terceira e a quarta operadoras de cabo são a Cox e a Charter, respectivamente com 4,4 milhões e 4,3 milhões de assinantes. Como forma de facilitar a aprovação regulatória e diminuir a pressão contrária que já vinha sendo manifestada pela Charter, a Comcast concordou em vender alguns dos assinantes para a concorrente caso a fusão aconteça, o que pode engordar a base da Charter em cerca de 4 milhões de usuários.
Tom Rutledge, CEO da Charter, declarou durante o evento que "depois que fizemos o acordo de troca de assinantes, o negócio ficou mais justo para a Charter. Vamos ter mais condições de competir. Vamos ter uma indústria mais equilibrada e exitosa", disse. Já Brian Roberts, presidente da Comcast, diz que "com a fusão, teremos a oportunidade de ter uma condição de cobertura nacional" diz ele, sem falar muito da operação.
Nas perguntas normalmente feitas da plateia nos vários debates em que os executivos da Comcast participam é clara a preocupação com um excesso de concentração do mercado. Para Rebecca Arbogast, VP de políticas regulatórias globais da Comcast, a Comcast já está sujeita a centenas de restrições regulatórias desde que comprou a NBC Universal, e certamente haverá novas restrições com a transação. "Mas o processo de fusão ainda está muito no começo", diz ela.
Sobre o acordo entre a Comcast e a Netflix para dar aos serviços da over-the-top (OTT) uma qualidade melhor, Rebecca diz que não existe nada de surpreendente ou anormal. "É um acordo usual que muitas empresas fazem. Simplesmente cortamos o intermediário, que eram as empresas que proviam essa conexão para a Netflix, e que agora pode se conectar diretamente à nossa rede", disse ela.
