Nova mídia ainda está nos primórdios, dizem experts

Em um painel que reuniu nesta segunda, 29, especialistas de empresas como Google, Cnet, AOL e o Media Lab do Massachussets Institute of Technology durante o RealScreen Summit, em Washington, a primeira constatação foi de que a chamada nova mídia (referindo-se basicamente â transmisssão de vídeo em banda larga) ainda está em seus primórdios.
Segundo Miguel Monteverde, diretor executivo de programação da America OnLine (AOL), os primeiros dez anos do vídeo na Internet foram um treino para o que está começando a se desenvolver. "Só agora a banda larga está atingindo massa crítica para realizar este potencial", disse.
Andrew Lippman, pesquisador sênior do MIT, concordou, mas lembrou que "sempre estaremos no começo", pois não se pode prever o alcance das tecnologias. "Quando o telégrafo surgiu, apareceram milhares de aplicações inimagináveis. As pessoas até se casavam por telegrafia, e isso era considerado o máximo da tecnologia", lembrou.

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Cauda longa

Para Lippman, o fenômeno que acontece hoje é o fato da audiência passar a controlar sua programação, o que é um desafio para os produtores de conteúdo, que têm que correr atrás do público. Seu conselho aos produtores é para que pensem grande, considerando todas as possibilidades de exploração de um produto no "long tail", expressão em voga que indica que as plataformas hoje extendem-se de grandes produções de massa, com milhares de espectadores, até produtos de nicho, com públicos mais selecionados.

Modelo

A grande questão ainda não resolvida é a do modelo de negócio, sobretudo para os produtores independentes. O modelo, comum nos EUA e na Europa, no qual um broadcaster entra como financiador da produção para depois exibi-la não se aplica na web. "Na Internet, a remuneração é baseada na performance, diferentemente da TV. O produtor é que tem que promover o conteúdo", disse Jordan Hoffner, do Google. Os representantes de portais que participaram do debate foram unânimes ao dizer que não pagarão adiantado pelos conteúdos.
E mesmo os produtos de sucesso terão um alcance limitado, pela própria dispersão das mídias. "Ainda existirão hits, mas nada como a final do seriado MASH nos EUA nos anos 70. Foi um sucesso, mas na época só havia três canais de TV e mais nenhuma opção", lembrou Miguel.

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