O grupo Abril confirmou neste domingo, 29, a celebração de contrato com a Telefônica para venda de parte das ações de controle da TVA. O grupo também anunciou a suspensão do IPO da operadora de TV paga, solicitado à CVM no início de outubro. Segundo o comunicado da Abril, os clientes das duas empresas (Telefônica e TVA) terão acesso a serviços de TV paga, voz e dados.
Como informado por este noticiário na sexta, 27, o acordo é em etapas, dadas as limitações regulatórias. A Telefônica está adquirindo a totalidade das operações de MMDS da TVA em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Porto Alegre, e 100% das ações preferenciais da operação de cabo nas cidades de São Paulo, Curitiba, Florianópolis e Foz do Iguaçu. Comprará também ações ordinárias até o limite do que é permitido a empresas de capital estrangeiro. A Lei do Cabo coloca a restrição em 49%. O percentual da Telefônica, contudo, deve ser menor do que isso porque o próprio grupo Abril tem 30% de seu capital na mão do grupo Naspers, da África do Sul. Os grupos estrangeiros JP Morgan e Falcon tinham pequenas participações na TVA que estão sendo vendidas agora. Oficialmente não foram divulgados valores do negócio. Sabe-se que foi uma transação valorada separadamente, já que a TVA tem operações em cidades e tecnologias distintas. Foram utilizados como parâmetro compras recentes de outras operadoras para se chegar a um valor, e múltiplos do EBITDA de cada operação da TVA. Hoje o EBITDA consolidado da TVA está na casa dos R$ 100 milhões/ano, e fala-se em um múltiplo de 10 vezes. Estima-se portanto, sem confirmação oficial, que o valor final de avaliação da TVA tenha sido em torno de R$ 1 bilhão. A operadora tem cerca de 320 mil assinantes, boa parte em MMDS. Recentemente, a Vivax, que opera apenas em TV a cabo, foi vendia para a Net Serviços por um valor próximo a R$ 1,45 bilhão. A Vivax tem aproximadamente o mesmo tamanho da TVA.
O grupo Abril segue na gestão da TVA. Leila Loria continua como diretora superintendente da operadora de TV paga, mantendo a sua equipe atual. A operação será submetida à Anatel e ao Cade, e os recursos serão usados como capital de giro para a empresa e no abatimento de "parte significativa? da dívida do grupo Abril.
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