Associação que reúne especialistas em telecom que atuam no setor elétrico, a UTC América Latina (UTCAL) entende que o ordenamento do parque de postes brasileiro passa pela certificação, pelo setor elétrico, das empresas instaladoras de redes de telecom.
Este foi um dos principais pontos defendidos pelo presidente da UTCAL, Dymitr Wajsman, durante conversa com TELETIME. Assim como outras entidades do segmento elétrico, a associação vê com ceticismo alguns dos pontos cogitados por Anatel e Aneel na revisão das regras de compartilhamento de postes entre o setor elétrico e o de telecom.
Entre elas, a figura do posteiro que poderia ficar responsável pela gestão dos pontos de fixação. "Isso é inexistente no mundo. O que se tem e é benéfico são empresas certificadas pelo proprietário da infraestrutura a realizar serviços", afirmou Wajsman. "Já por aqui, qualquer instaladora pode subir em postes e instalar cabos. Não podemos permitir empresas não qualificada: precisam ser poucas, treinadas e certificadas".
No arranjo sugerido pela UTCAL, este processo de certificação ficaria a cargo das próprias distribuidoras de energia elétrica, com possibilidade de pleito pelos provedores de telecom ou empresas terceirizadas de serviços. O presidente da entidade reconhece que há empresas altamente qualificadas na instalação e manutenção de redes, apesar do grave problema de instalações irregulares no País.
Neste sentido, outra defesa da entidade é que multas para operadoras que realizam ocupação de postes a revelia sejam parte da resolução conjunta discutida pelas reguladoras. Mas de forma geral, a entidade vê dificuldade para que as novas regras para postes atendam os dois setores afetados, inclusive por momento de "discurso polarizado" entre as cadeias. Além das regras e custos do ordenamento e da figura do posteiro, os preços regulados para o aluguel de postes pelo setor de telecom é outro aspecto crucial do debate.
