TelComp: além de aquisições, fundos mostram apetite por financiamento em telecom

Foto: Pixabay

Ainda em meio a um momento complicado por conta do impacto da pandemia do novo coronavírus (covid-19), a oferta de crédito para as prestadoras "competitivas" de telecom já mostra sinais de recuperação, inclusive com maior apetite de fundos de investimentos na área de financiamentos de projetos.

A avaliação foi feita nesta segunda-feira, 29, pelo presidente executivo da TelComp (que representa provedores regionais, B2B e de atacado), João Moura. "Para as empresas como bom relacionamento bancário, os bancos comerciais que no primeiro momento frearam muito a oferta de crédito já voltaram. Em bases diferentes, com menos limite e apertando, mas voltaram. Além disso, há apetite redobrado dos fundos de investimentos, buscando não só comprar participações, mas inclusive participar de financiamentos". 

Segundo Moura, mesmo que tal fluxo ainda não tenha se consolidado de forma intensa, há relatos de players procurando indicações de empresas que demandem investimentos. "Por um lado, a economia tem muita liquidez e juros zero. Por outro, se olhar onde a demanda está e não vai desaparecer, telecom está entre os principais setores. A questão é como estruturar, porque tem suas peculiaridades e não é tão fácil estruturar garantias como em uma empresa industrial comum".

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Emissões privadas de debêntures e debêntures conversíveis foram mencionados por Moura como opções. "Em uma retomada, não acredito que crédito seja um gargalo para os investimentos necessários pelas operadoras de grande e médio porte", sinalizou o presidente executivo da TelComp, durante live promovida pelo portal Tele.Síntese. 

Por outro lado, as políticas públicas de fomento capitaneadas pelo BNDES ainda não estariam surtindo efeito na cadeia de telecom. Já medidas de proteção à folha de pagamento ou postergação de impostos estariam beneficiando sobretudo as empresas de pequeno porte.

Aquisições

"Hoje não apenas fundos querem investir nas empresas [regionais de telecom], mas também operadoras como a Mob Telecom e outras, que querem investir e adquirir", afirmou o CCO da prestadora cearense, Sayde Bayde. 

"Temos estratégias de crescimento orgânico e sobre aquisições, com compra de bases de clientes ou franquias, que também é um modelo que estamos montando", afirmou Bayde. Vale notar que entre as parcerias recentes anunciadas pela Mob Telecom está uma com a Oi, com foco na área de atacado; segundo o CCO, novidades do acordo devem ser reveladas em breve.

Já o diretor comercial da Wirelink Telecom, Wanderson Santana, nota que havia interesse por M&A "antes da pandemia e agora ainda mais". Segundo ele, há tendência é que o movimento acelere com a retomada, bem como a celebração de parcerias, seguindo tendência já em curso no segmento.

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