Lenovo leva Motorola Mobility do Google por US$ 2,91 bilhões

A chinesa Lenovo anunciou na noite desta quarta-feira, 29, que fechou com o Google a aquisição da Motorola Mobility por US$ 2,91 bilhões. Vale lembrar que o Google pagou US$ 12,5 bilhões pela unidade da Motorola quando o negócio foi concluído em maio de 2012 (o anúncio fora feito inicialmente ainda em agosto de 2011), posteriormente repassando a unidade de set-tops e cable modems para a Arris por US$ 2,2 bilhões. A Motorola Mobility vinha amargando resultados negativos há algum tempo e nem mesmo o Google conseguiu reverter a tendência. Nos últimos meses,  a Motorola voltou a ganhar relevância no mercado de handsets com o lançamento dos dois aparelhos desenvolvidos sob a batuta Google, o Moto X e o Moto G, mas os resultados ainda não começaram a aparecer em balanço.

A diferença nos valores, contudo, deve levar em consideração também que o Google, segundo comunicado oficial, manterá em sua propriedade "a vasta maioria do portfólio de patentes da Motorola Mobility", incluindo patentes ainda pendentes de aprovação. Ainda assim, segundo o chairman e CEO da Lenovo, Yang Yuanqing, a chinesa ficou com um importante grupo de patentes (2 mil, mais precisamente). "Temos uma parceria em andamento com o Google e, uma vez concluída a transação, começaremos a trabalhar juntos em inovação. A inovação está em nosso DNA", garantiu o CEO em teleconferência. A Lenovo licenciou o portfólio de patentes que ficou com o Google.

O principal benefício da aquisição para a Lenovo é a ficar com a marca Motorola e sua forte presença nos mercados norte-americano e latino-americano e todo o portfólio atual de produtos  e o roadmap futuro de lançamentos. Tanto é que nos Estados Unidos a chinesa só usará a marca Motorola para smartphones. "Queremos ser líderes em smartphones nos próximos anos e teremos sucesso nisso", assegurou.

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No Brasil, onde a Lenovo planejava já o lançamento de smartphones de gama média com marca própria (não com a marca CCE, que já detém no Brasil), ambas as marcas Lenovo e Motorola devem permanecer sendo comercializadas. "Ainda é muito cedo pra falarmos disso. Vamos ver como o mercado se comporta", disse o CEO.

Não passa pelos planos da Lenovo realizar cortes nas unidades da Motorola. "Não temos planos de demitir. Compramos o negócio porque acreditamos na expertise única em smartphones que essa equipe da Motorola tem. Manteremos equipes e fábricas não apenas nos EUA e na América Latina, mas também no resto do mundo. Nossas equipes são complementares", garantiu o executivo. Como exemplo, Yuanqing comparou o ciclo de desenvolvimento de hardware das duas empresas, garantindo que a fusão proporcionará um time-to-market melhor com a Motorola.

O pagamento dos US$ 2,91 bilhões será feito da seguinte forma: US$ 1,41 bilhão no fechamento do negócio – dos quais US$ 660 milhões em dinheiro e outros US$ 750 milhões em ações ordinárias da Lenovo – e os US$ 1,5 bilhão restantes em notas promissórias de três anos.

A Lenovo começou 2014 desembolsando um bom dinheiro para ampliar seus negócios. Há cerca de uma semana a empresa acertou a compra da unidade de servidores low-end da IBM por US$ 2,3 bilhões.

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