A Huawei aposta que o acesso de última milha com a tecnologia 5G para a banda larga fixa (FWA, na sigla em inglês) será uma forma viável de oferecer conectividade onde a fibra não chega. O diretor global de cibersegurança da fornecedora chinesa, Marcelo Ikeagami Motta, entende que há maior agilidade na comparação com a estrutura ótica na ponta, além de uma maior eficiência e economia na comparação com tecnologias como micro-ondas.
Há ainda a possibilidade de oferecer a tecnologia como um modelo transitório. Isso porque as operadoras terão de usar fibra para conectar as estações radiobase (ERBs) do 5G. "Na medida em que o tráfego vai crescendo, então ela pode sim fazer o movimento [para a fibra], já sabendo que o mercado existe", argumenta Motta.
A questão é o custo, incluindo economias na implantação. O que não significa que a tecnologia é mais adequada em longo prazo. "Fizemos comparações regionais, e o preço do micro-ondas é quatro vezes maior do que o de 5G. E tem os termos de time-to market para o usuário. Mas nada se compara à fibra."
Atualmente, das 80 operadoras que já iniciaram a operação comercial do 5G no mundo, metade oferecem FWA. A tecnologia é considerada pelas operadoras no Brasil, como a TIM.
Rede neutra
Perguntado se as oportunidades com o FWA seriam impactadas pelas estratégias de operação de redes neutras (uma vez que as grandes operadoras incentivariam ISPs parceiros para chegar com fibra na última milha), Motta destacou que o 5G também dependerá da fibra, uma vez que o tráfego das ERBs precisará escoar para o backhaul e backbone. "Não acho que exista um único modelo, mas todo mundo que já investiu em fibra pode usar melhor para habilitar o 5G", declara. Oi, TIM e Vivo, já anunciaram estratégias em rede neutra – todas contando com spin-off para separação da estrutura.