O ano passado mostrou aumento de receita para Telebras, mas a empresa passou a registrar prejuízo. Segundo dados financeiros divulgados nesta sexta-feira, 28, a empresa registrou em 2013 uma receita operacional de R$ 30,851 milhões no consolidado, contra R$ 1,541 milhão em 2012.
Entretanto, a empresa acabou tendo despesas operacionais de R$ 60,291 milhões e um prejuízo de R$ 145,7 milhões no período. O resultado foi inferior ao de 2012, quando a Telebras registrou lucro de R$ 40,7 milhões. Vale ressaltar, contudo, que esse lucro de 2012 leva em consideração R$ 61,677 milhões que a Telebras tinha em caixa para contingências, dinheiro este classificado como "outras receitas operacionais".
Já a Visiona, empresa coligada na qual a Telebras tem 49% do capital (a Embraer conta com os demais 51%) e que foi contratada para fornecer o sistema do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC), registrou receita operacional líquida de R$ 12,905 milhões, despesas operacionais em R$ 2,975 milhões e prejuízo líquido de R$ 198 milhões em 2013, em função dos custos de contratação do satélite.
Expansão do backbone
A Telebras afirma que seu backbone tinha 16,7 mil km de fibras em operação ao final de 2013. Segundo a empresa, houve um crescimento de 4,7 mil km de infraestrutura ótica em relação ao ano anterior. Além do total, há ainda mais 12 mil km de trechos detidos pela empresa que ainda estão em processo de implantação e/ou aceitação, totalizando 28,7 mil km de fibra.
Até o final de 2013, a Telebras possuía 229 estações em operação, 92 novas em relação a 2012. A empresa cobre 295 municípios (30% da população brasileira), equivalente a 18,2 milhões de domicílios.
A Telebras afirma ainda ter encerrado o ano com 116 contratos comerciais e cerca de 11 Gbps de banda ativada. A companhia destaca os contratos com o Ministério das Comunicações para atendimento à Copa das Confederações no ano passado, além do contrato com o Exército. Para a Copa do Mundo, a Telebras havia executado 73% do projeto de infraestrutura até o final do ano passado.
No relatório financeiro, a empresa reafirma o pré-acordo assinado em 14 de janeiro para a construção do cabo submarino para interligar o Brasil à Europa, com previsão de investimentos de US$ 185 milhões. O documento destaca ainda ter recebido no último dia 11 de março um adiantamento do Minicom para futuro aumento de capital de R$ 40 milhões para "investimentos em projetos estratégicos".
No comunicado, a Telebras diz que, "a evolução da receita em 2013 indica que a companhia vem consolidando sua participação no mercado das telecomunicações com um crescimento sustentável". Para ela, a extensão do backbone indica que o caminho é capilarizar a rede, otimizar recursos, rentabilizar ativos e modernizar o atendimento.
Quadro societário
A Telebras atualizou o quadro societário ao final de 2013. Após autorização por decreto da Presidenta Dilma Rousseff, a União autorizou a transferência de ações de emissão da Telebras para a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), correspondente a 33,17% das ações ordinárias e 27,28% do capital social da companhia. Dessa forma, a Telebras é controlada pela União (47,40%), Finep (27,28%) e outros acionistas (25,32%).
