A Telefónica (dona da brasileira Vivo) anunciou nesta quinta-feira, 9, os resultados financeiros do primeiro trimestre de 2024. No período, o grupo espanhol apurou receita de 10,1 bilhões de euros, com um pequeno avanço (+0,9%) impulsionado pelo Brasil
Também chamou a atenção no balanço o crescimento expressivo do lucro líquido (+78,9% na comparação anual), para 532 milhões de euros.
De acordo com a tele, a adoção do plano GPS (crescimento, rentabilidade e sustentabilidade, na tradução da sigla em inglês) permitiu à empresa manter a sua atividade comercial em evolução favorável e confirmar a meta financeira estabelecida para o ano. O objetivo para 2024 é elevar o indicador em 1%.
"A receita está melhorando, a atividade comercial está melhorando e a qualidade do serviço que fornecemos aos nossos clientes e sua satisfação também estão melhorando. A Telefónica está progredindo constantemente no ano de seu centenário com nossos princípios de integridade, compromisso e transparência gerando valor para os acionistas", disse o CEO José María Álvarez-Pallete.
Na janela entre janeiro e março, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) foi de 3,2 bilhões de euros (+1,9%), com o indicador fortalecendo a rentabilidade do grupo ao mais do que dobrar as receitas. A margem Ebitda ficou em 40,6% (+0,1 ponto percentual).
No quesito Capex, os gastos com capital no primeiro trimestre foram de 1,05 bilhão de euros (+2,7%), o elevou a relação Capex/receita para 10,4% – em linha com a meta definida até dezembro (13%).
Brasil
No primeiro trimestre, o crescimento no Brasil (+10,4%) ajudou muito na expansão da receita global, compensando a estabilidade em países como Espanha (+1%) e Alemanha (-1%).
A subsidiária brasileira fechou com receita de 2,52 bilhões de euros, abaixo de Espanha (3,11 bilhões), mas acima de Alemanha (2,09 bilhões).
Com 2,05 bilhões em receitas, o lado negativo ficou por conta da unidade Hispam (-8,2%), que cobre os países de língua espanhola na América Latina.
A operação
Além disso, a dona da Vivo informou ao mercado que a sua receita foi impulsionada pelos 9,1 bilhões de euros da receita com serviços (+2,3%), movimento que ajudou a compensar o recuo nas vendas com aparelhos (-9,5%).
Entre suas linhas de negócio, a maior parte do faturamento corresponde ao B2C (61%), enquanto o B2B (22%) e o atacado, parceiros e outras fontes (17%) representam a outra metade dos negócios.
Na vertical B2C (6,2 bilhões de euros), apesar do crescimento foi modesto (+0,8%), a tele diz que a sua gama de produtos digitais e a plataforma miMovistar na Espanha contribuíram.
No B2B (2,2 bilhões), o avanço foi maior (2,8%) com uma performance "sólida" em países como Espanha, Brasil e Alemanha. Os exemplos são os segmentos corporativo (+3,7%) e PMEs (0,7%).
"Após um final forte em 2023, a receita B2B foi principalmente impulsionada pela receita de TI com crescimento de dois dígitos, enquanto o forte funil de vendas garante um crescimento mais alto nos próximos trimestres", diz a Telefónica.
Já no atacado (1,72 bi), a empresa apurou leve recuo (-0,9%). Mesmo com o resultado, a tele frisa os avanços "notáveis", como o lançamento de APIs comerciais na Espanha, Brasil e Alemanha sob a iniciativa do Open Gateway.
"Além disso, os serviços 5G ficaram disponíveis para a DIGI (MVNO) na Espanha. A Telefónica também garantiu contratos de atacado de longo prazo bem estabelecidos na Espanha, Alemanha e Reino Unido."
Acessos
Ao final do primeiro tri, a operadora encerrou com 175 milhões de casas passadas (HPs), dos quais 76,6 milhões são FTTH, incluindo veículos de fibra.
Na mesma linha, a sua rede 5G cobre 63% da população em seus principais mercados, sendo: 89% da população espanhola, 95% da população alemã, 48% da população brasileira e 53% da população do Reino Unido.
A tele entende que "a transformação da rede, baseada em um grau crescente de virtualização, está acelerando as implantações de fibra até a residência (FTTH) e 5G, bem como o progresso na desativação da rede de cobre na Espanha."