A Oi divulgou na noite desta quarta-feira, 8, resultados operacionais para o primeiro trimestre de 2024. Na comparação com o mesmo período do ano anterior, a empresa teve uma queda de 13% na receita líquida, para R$ 2,181 bilhões.
Também entre janeiro e março deste ano, o prejuízo da operadora em recuperação judicial somou R$ 2,786 bilhões (maior que o R$ 1,26 bilhão de prejuízo no mesmo intervalo de 2023). Contribuiu negativamente para a cifra um resultado financeiro líquido negativo de R$ 2,37 bilhões, afetado pela desvalorização do real ante ao dólar e por juros, incluindo de novas dívidas.
Já em termos de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de rotina, houve resultado negativo de R$ 201 milhões, em piora de 204%.
Comercial
No primeiro tri, o Oi Fibra – principal negócio da tele – teve performance negativa em um ano: -0,4%, para receita de R$ 1,099 bilhão no primeiro trimestre. A receita mensal média por usuário (ARPU) no serviço também caiu: -1,8%, para R$ 90,7.
As razões para tal seriam cenário macroeconômico mais desafiador e intensificação da competição na banda larga. A Oi tem 4 milhões de clientes de fibra, sendo 16 mil adicionados no trimestre. Vale lembrar que esta unidade está à venda, como parte do novo plano de recuperação judicial da tele.
Já a Oi Soluções registrou uma queda na receita de 18,9%, para R$ 475 milhões. A unidade corporativa (que pode ser a remanescente na Oi após novas vendas de ativos) viu recuo acentuado nos serviços de telecom tradicionais (-18%), ao passo que os serviços de TIC, considerados foco para o crescimento, também caíram: -9,7%.
Neste caso, a Oi afirma estar mais seletiva em processos concorrenciais, em busca de margens mais saudáveis. Hoje soluções de TIC são 29% do negócio corporativo da tele. A unidade corporativa pode ser a remanescente na Oi após novas vendas de ativos.
Legado
Há ainda os negócios que a Oi considera não estratégicos, como a rede legada de cobre e atacado, a TV por assinatura via satélite (DTH) e subsidiárias. No conjunto, elas caíram 25%.
Sozinha, a rede legada de cobre e atacado teve retração de 41% em um ano, somando receita de R$ 252 milhões no primeiro trimestre.
Já as receitas das subsidiárias da Oi chegaram a crescer: 25%, para R$ 140 milhões. O DTH, por sua vez, ainda gera R$ 216 milhões no trimestre, mesmo com queda de 22% no primeiro trimestre.
Caixa
A Oi encerrou o primeiro trimestre de 2024 com R$ 2,090 bilhões em caixa.
Na comparação com o trimestre imediatamente anterior (4T23), houve uma queima de R$ 103 milhões. O que atenuou esse número foram operações financeiras feitas pela tele, como o recebimento de nova tranche de empréstimo emergencial DIP por parte de credores
Em paralelo, os custos e despesas de rotina da Oi somaram R$ 2,383 bilhões no primeiro trimestre, em alta de 3,1%.
Houve queda na maior parte das linhas, como serviços de terceiros (-15%) e pessoal (-12%), mas alta nos aluguéis e seguros, que pegam parte dos custos da empresa com a V.tal. Tais custos cresceram 25%, para R$ 1 bilhão.
(Texto atualizado para inclusão do Ebitda de rotina da Oi)