A Oi Soluções, vertical da Oi para o setor corporativo que pode ser fundamental no futuro da empresa, teve receita líquida de R$ 2,82 bilhões no acumulado dos últimos doze meses encerrados em setembro passado, segundo os últimos balanços da companhia.
A área oferece serviços de tecnologia, big data, IoT, cibersegurança, cloud, comunicações unificadas, aplicações digitais e serviços gerenciados, além de dados, Internet e voz via fibra óptica, com foco no mercado B2B. A companhia informa que a carteira é composta por uma base de 40 mil empresas de diferentes setores.
Mas os balanços dos últimos trimestres apontam para uma tendência de redução de receita da divisão. No terceiro trimestre de 2023, a Oi Soluções apurou receita líquida de R$ 693 milhões, recuo de 7% sobre igual janela do ano anterior (que foi de R$ 745 milhões). Na comparação com o segundo trimestre do ano passado, a perda foi menor: de 1,7%.
Para efeito de comparação, a Oi como um todo registrou receita líquida de R$ 10 bilhões nos últimos 12 meses até setembro. Apenas no terceiro tri, o faturamento foi de R$ 2,42 bilhões. A diferença é que as cifras consideram clientes da banda larga – cuja carteira está colocada à venda – e outras receitas da companhia, como as associadas à concessão de telefonia fixa, cujo contrato se encerra em 2025.
Projeções
Junto ao plano de recuperação judicial apresentado aos credores na última terça-feira, 6, a receita líquida total da Oi Soluções em 2023 foi estimada em R$ 2,28 bilhões, ou abaixo do valor em doze meses até setembro calculado por TELETIME. As projeções também indicam estabilidade da divisão neste ano de 2024 e pico das receitas em 2029, quando a área alcançaria R$ 2,83 bilhões, segundo os cálculos.
A previsão trabalha com impulso vindo das receitas de TICs – que passariam de R$ 628 milhões na projeção de 2023 para 1,51 bilhão em 2028, saindo de 27,5% para 53,5% na composição do faturamento, conforme a estimativa. No balanço do terceiro tri a participação de TIC no mix da Oi Soluções era de 26,2%.
"O crescimento das aplicações de TIC teve forte contribuição dos serviços de Cloud, com crescimento de 174% (na base anual), além dos serviços de Segurança e de Redes baseadas em gestão por software (SD-WAN), que cresceram 30% e 28% (na base anual), respectivamente", afirmou a Oi, na época.
Em contrapartida, as receitas de telecom da divisão seguiriam caminho bem diferente, passando de R$ 1,65 bilhão na projeção do ano passado para R$ 1,32 bilhão em 2028.
Investimentos
Quando o assunto é o investimento (capex), a Oi Soluções fechou o período dos 12 meses até setembro com R$ 161 milhões aportados, segundo balanços. No terceiro trimestre de 2023, a despesa de capital foi de apenas R$ 18 milhões, retração de 77,7% na comparação com o mesmo período do ano anterior (que foi de R$ 81 milhões). Em relação ao segundo trimestre de 2022 (R$ 26 milhões), a queda foi menor, mas ainda expressiva: 30,7%.
Somando todas as verticais, o capex da Oi completa foi de R$ 1,23 bilhão nos 12 meses até setembro. No terceiro trimestre, o indicador totalizou R$ 203 milhões.
Além disso, a Oi Soluções chegou a 2,157 milhões de unidades geradoras de receitas (UGRs) ao final de setembro, o que significa uma redução sobre o acumulado até igual mês do ano passado, quando eram 2,266 milhões de UGRs. No caso da Oi inteira, eram 12 milhões de UGRs em setembro passado, queda de 10,81% em relação ao mesmo mês de 2022, quando foram apuradas 13,45 milhões de UGRs.
