Atualizações do 5G começam a aparecer na agenda das empresas

Igal Elbaz, CTO da AT&T. Foto: Bruno do Amaral

Antes da chegada do 6G, a norte-americana AT&T, a indiana Jio Platforms e a sueca Ericsson estão ainda se preparando para as melhorias do 5G, seja em futuros padrões (releases), seja nas aplicações. Um dos principais elementos é a migração para o Release 16 no 5G standalone, padronização do 3GPP que já está sendo implantado no Brasil com a liberação da faixa de 3,5 GHz. Mas já há um caminho para outros releases.

A AT&T afirma que está em fase de transição para o padrão 5G standalone, segundo declarou o senior vice president & network CTO da operadora, Igal Elbaz, durante palestra no Mobile World Congress 2023 nesta terça-feira, 28. Perguntado por TELETIME quanto da base atual já migrou para o SA, e se utilizaria a banda C, o executivo se recusou (de forma contundente) a comentar. O fato é que a operadora foi uma das primeiras a lançar a quinta geração e, por isso, ainda conta com rede não standalone na cobertura. Ainda assim, ele disse que está colocando "mais de 50 milhões de POPs em banda média", e sustentou que está implantando ondas milimétricas "onde achamos que precisa", o que significa áreas de alta densidade como estádios e aeroportos. 

Atualmente, passam na rede da AT&T uma média de 590 terabytes por dia, com um crescimento de 30% ano a ano. Nesse universo, os usuários do 5G consomem o dobro da base de outras tecnologias. Embora ainda esteja em fase de transição para o standalone, a empresa espera poder utilizar o Release 19 – chamado pela empresa de "5G advanced" – para futuros casos de uso, como "extended reality" (XR), que se trata de outra alcunha de marketing para tecnologia de realidade aumentada, mas com maior poder computacional dividido com a nuvem.

Notícias relacionadas

Para a head de product line 5G radio access network da Ericsson, Sibel Tombaz, a próxima versão do 5G é mais do que capacidade. "A rede ainda precisa ser configurada, você precisa escrever algoritmos. Isso é estático. Queremos mudar isso. Achamos que as redes precisam se comportar como um organismo, se adaptando ao ambiente, aprendendo e tendo intenção de resolver", prevê a especialista. Ela acredita que a rede saberá e realizará o que se é pedido, enquanto assume um comportamento mais eficiente de energia. 

Tombaz acredita que o XR será uma tendência para o cliente final, mas analisa que a grande mudança será, de fato, na indústria, com as redes privadas. "As redes precisarão ter conectividade premium. Não podemos pensar com o modo de 'melhor esforço' (best effort), precisamos de consistência", afirma. 

Padronizações

Enquanto se fala ainda em futuro, na Índia já há empresas adotando as próximas gerações do 5G. A Jio Platforms, holding da operadora Jio de Mumbai, já adota o Release 17 desde 2021, e planeja chegar ao Release 19 entre 2024 e 2025. "Estamos testando em tempo real essas capacidades para trazer a tecnologia à vida", declarou o SVP Technology da empresa, Ayush Bhatnagar. Por isso, ele conclama a indústria a começar a agir agora. "O 5G Advanced está chegando, e a padronização é muito importante", diz, ressaltando que será a primeira vez em que a rede estará apta a suportar as aplicações mais pesadas, como XR, edge cloud e comunicação por gestão de feixes utilizando backhaul de satélite.

*O jornalista viajou a Barcelona a convite da Huawei Brasil.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
CAPTCHA user score failed. Please contact us!