A Vivo apresentou nesta sexta-feira, 27, seus resultados operacionais referentes ao terceiro trimestre. A receita líquida alcançou R$ 2,82 bilhões, 8,7% maior que o trimestre anterior. O Ebitda foi de R$ 715,6 milhões com margem de 25,3% no trimestre, superando os R$ 306,3 milhões e 11,8% de margem Ebitda atingidos no segundo trimestre do ano passado. Eliminando-se os efeitos do fim do bill&keep (quando na interconexão a operadora retém a receita que arrecada) parcial a margem Ebitda seria de 28,4%.
O presidente da companhia, Roberto Lima, em conferência para analistas, destacou que mais de 90% dos clientes já estão inseridos na nova plataforma sistêmica, atestando o sucesso dos projetos de unificação das diversas empresas integradas pela Vivo, faltando apenas o Centro-Oeste, Bahia e Sergipe. A dívida líquida de R$ 4,147 bilhões apresenta uma redução de 4,3% no trimestre. Destacam-se o maior fluxo líquido de caixa e redução da dívida de curto prazo, já reflexo da primeira fase da reorganização societária realizada em fevereiro de 2006.
Market share menor
A empresa teve uma pequena redução de market share de 30,4% no segundo trimestre deste ano para 29,3% no terceiro trimestre, apesar de ter ampliado o número de clientes de 28,5 mil para 28,7 mil neste trimestre. O Arpu aumentou no pós-pago aumentou 18,3% e 22,7% no pré-pago. Outro destaque foi a redução do churn, que passou de 4,6% no trimestre passado para 2,6%. Resultado, segundo Lima, do novo mix de produtos.
A empresa comemora o volume de recargas, que superou em 9,3% os patamares registrados no trimestre anterior, devido aos novos planos de minutos e estratégias de bonificação de tráfego com promoções realizadas a partir do Dia dos Pais e o programa de microrecargas com opções de pequenos valores e bonificações em SMS. Lima destaca que um acordo firmado com a Visanet ampliará os pontos de atendimento de recarga para 50 mil locais, com a possibilidade dos assinantes utilizarem seus cartões de débito e crédito nos ATMs da Visa. Essas ações também tiveram efeito no crescimento de 8,5% na receita de dados, com redução de 40% no preço do SMS, compensado com maior volume de tráfego. A receita líquida de serviços cresceu 13% em relação ao trimestre anterior. Eliminando-se o efeito do bill&keep o segmento apresentaria evolução de 1%.
Estratégia GSM
A rede GSM da operadora deve entrar em operação, em fase inicial, até o final de novembro. Segundo Lima, estão sendo implantadas 255 ERBs (estações radiobase) por semana, sendo que no total serão 7,6 mil, com infra-estrutura fornecidas pela Ericsson e Huawei. Até este trimestre foram investidos R$ 120 milhões e os investimentos vão totalizar R$ 1,080 bilhão até 2007.
A empresa está desligando sua rede analógica na qual tem apenas alguns clientes na área rural e vai incentivar a migração dos 3,5 milhões de clientes que estão na rede TDMA.
A empresa conta com uma pequena operação em Minas Gerais em parceria com a CTBC e espera ocupar a faixa de 1,9 GHz de WLL, dependendo dos trâmites da Anatel. Caso o leilão de freqüências demore muito ou fique inviável, a empresa tem um plano B: ampliar contratos de roaming com outras operadoras GSM a exemplo do que já tem com a TIM para a rede internacional. Lima aposta no uso do chamado world phone (que opera tanto em redes GSM quanto CDMA) por clientes de maior valor.
Compartilhamento da rede
Lima voltou a destacar que mantém a proposta de compartilhamento da infra-estrutura celular com outras operadoras "tanto na rede 2G quanto na 3G". Na nova rede GSM a empresa já compartilha algumas ERBs, disse o presidente da Vivo.