O Ministério das Comunicações (MCom) está travando conversas iniciais com a Hispasat (operadora espanhola de satélites dona da Hispamar) para uma possível parceria entre o governo brasileiro e a companhia visando ampliação da cobertura de Internet no País.
Conversas foram travadas pelo ministro das Comunicações, Juscelino Filho, e representantes da Hispasat durante o Mobile World Congress (MWC), realizado em Barcelona. "A empresa espanhola quer assinar com o Brasil um memorando de entendimento [MoU] para construção e lançamento de um satélite em parceria com o governo brasileiro e com a Telebras", indicou Filho, em um post em uma rede social após encontro com executivos da Hispasat.
Segundo apurou TELETIME junto à empresa, o que está na mesa é um possível contrato de longo prazo para contratação de capacidade (e não um satélite exclusivo para o governo, em modelo visto por alguns como pouco eficiente). Dessa forma, um novo artefato da Hispasat poderia contar com uma garantia firme de contratação pelo governo brasileiro, caso as conversas para assinatura do MoU evoluam.
Uma comparação seria acordo da empresa com governos da Groenlândia e dos Estados Unidos (neste caso, via Departamento de Defesa) no satélite Amazonas Nexus, lançado em 2023. Para a Groenlândia, o artefato carregou um payload da estatal Tusass para fornecer serviços de acesso à Internet em todas as cidades e vilas remotas do norte e leste do território, além de soluções corporativas para empresas de mineração e backup para a restauração dos serviços de comunicação em caso de emergência.
Vale lembrar que o Brasil possui o satélite SGDC, lançado em 2017 e hoje explorado comercialmente através de parceria entre Telebras e a norte-americana Viasat. Um segundo artefato estatal é motivo de estudos, não estando descartados outros modelos como a própria contratação de capacidade de terceiros ou a combinação de satélites em diferentes órbitas, inclusive LEO.
