Com o 5G se tornando realidade na América Latina, especialmente no Brasil, a Huawei enxerga um ritmo especialmente para as aplicações corporativas e industriais, incluindo redes privativas. Em roundtable com a imprensa da região sobre o fórum global de banda larga móvel (Global MBB Forum, que acontece na Tailândia) nesta quarta-feira, 26, a companhia destacou que vê a tecnologia avançando agora com novas frequências, modulações e ecossistema, levando a um avanço na produtividade.
Marcelo Motta, diretor de cibersegurança e representante da Huawei Brasil, confirma que há ânimo no mercado. "Estamos trabalhando com operadoras nesses casos de projetos, mas, para exemplo de como isso está virando um assunto quente no Brasil, já tem mais de 100 outras companhias interessadas em ver os ganhos de eficiência que estão vendo com a automação em 5G", afirmou, citando empresas que procuraram a fornecedora.
Ao TELETIME, Motta informou que há cerca de cinco parceiros principais para smart manufactoring no País. Logitech e Hikvision são os parceiros para detecção de movimento de Inteligência Artificial e inspeção visual, por exemplo. Para parceiros de ecossistemas locais no Brasil, a companhia conta com a cooperação com mais de 30 empresas.
Trabalhos nas verticais
A digitalização da indústria latino-americana deverá impactar também no avanço do 5G. A Huawei estima que este ano serão 22 milhões de conexões com a tecnologia, número que avançará para 398 milhões em 2023. "Estamos indo rápido nas verticais", destacou o diretor de estratégia e marketing da fornecedora na América Latina, Joaquin Saldaña.
Dois exemplos citados por ele são justamente de aplicações industriais no Brasil. Um deles, no próprio centro de logística da Huawei em Sorocaba (SP), no qual a companhia utiliza veículos autônomos, robôs e esteiras automatizadas. Segundo Saldaña, a eficiência na planta foi melhorada em 23%.
O outro exemplo é de uma projeto de manufatura inteligente de uma "fábrica parceira", que utiliza o 5G para produção com inspeção e câmeras com inteligência artificial, além de aplicações de realidade aumentada. A eficiência nessa linha foi melhorada em 25%, segundo a Huawei, que não revelou o nome da empresa parceira.
A fornecedora tem uma perspectiva de que a tecnologia poderá escalar de forma relativamente rápida na América Latina. O CTO da divisão de carreir business da Huawei, Paul Scanlan, destacou a multiplicação de casos de uso em hospitais e fábricas na China e na Tailândia, dizendo ser possível isso ser replicado também em outros países. "É uma combinação de política regulatória com engajamento de operadoras e fornecedores com a indústria", receita.
