Conforme fontes dos dois lados das negociações já haviam adiantado para este noticiário na semana passada, não será fechado até sexta (30) um acordo para a venda das participações que o Citibank e os fundos de pensão detêm na Brasil Telecom para a Telecom Italia. A negociação está andando em um bom ritmo, segundo fontes dos fundos, mas a conclusão da rodada do final de semana, realizada em Londres, foi que a melhor coisa a se fazer é esperar para que os fundos e o Citi tomem pé da real situação em que se encontra a BrT antes de acertar os detalhes do acordo. Do lado da Telecom Italia, informalmente, o que se fala é que as negociações estão encerradas, já que a proposta colocada não foi aceita. Oficialmente, a companhia não comenta informações.
O que se comenta é que a proposta de preço da Telecom Italia não foi aceita. Seria uma proposta dividida em duas parcelas: uma primeira, muito próxima dos valores estabelecidos no acordo de put entre Citi e fundos e; uma segunda parte, baseada em perspectivas futuras de valorização da companhia.
Independentemente da diferença de versões, sabe-se apenas que havia muita pressão em cima dos negociadores para que a Telecom Italia comprasse as participações antes do dia 30, evitando assim a entrada de representantes dos fundos e do banco norte-americano na administração da operadora. O Citibank e os fundos de pensão planejam fazer um minucioso levantamento dos atos do Opportunity na gestão das companhias a fim de verificar se foram corretas as decisões e se houve fraude na condução dos negócios.
Enquanto isso, os fundos e o Citi preparam-se para assumir o comando da Brasil Telecom a partir de sexta. Já conseguiram, no TCU, uma garantia de que a decisão cautelar de suspender o acordo de put não possa ser usada como argumento para suspender a assembléia. Recentemente, a Brasil Telecom Participações S/A relembrou a direção da BrT de que o Supremo e o STJ já se manifestaram, ambos, pela legitimidade dos pleitos feitos pelos fundos e pelo Citi diante da argumentação jurídica adotada pelo Opportunity.
Nova York
Ao mesmo tempo, Citibank e Opportunity trocam acusações em documentos que fazem parte do processo movido pelo banco norte-americano contra Daniel Dantas. Na semana passada, Dantas havia apresentado nova argumentação, dizendo que o Citi quebrou deveres fiduciários ao Opportunity e causou danos ao destituí-lo e tentar negociar a venda das participações. Esta semana, o Citi responde dizendo ser absurdo o argumento de que o único cotista do fundo tenha algum dever fiduciário, nesse caso, com o administrador. Basicamente, o que Dantas parece buscar em Nova York é pressionar para que o Opportunity se beneficie das condições de venda que o Citibank conseguir para si e para os fundos.