Atendendo a uma solicitação da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) de Portugal, a Portugal Telecom (PT) emitiu comunicado na noite desta segunda, 25, que complementa as informações do relatório e contas consolidadas referentes a 2013. No comunicado, a PT detalha os investimentos em dívidas de curto prazo do Grupo Espírito Santo e os riscos associados que deveriam constar do documento original.
De acordo com o documento, os investimentos em títulos de curto prazo emitidos pela Espírito Santo International (ESI), entidade do Grupo Espírito Santo (GES), passaram de 510 milhões de euros em 2012 para 750 milhões de euros em 2013, representando, respectivamente, 164% e 193% do resultado líquido da Portugal Telecom.
Todos esses investimentos foram liquidados nos prazos estipulados para maturidade. Os de 2013, por exemplo, incluíam 500 milhões de euros subscritos pela PT Finance em 8 de novembro de 2013 e que foram liquidados na data de vencimento em 10 de fevereiro de 2014 pelo respectivo valor nominal acrescido de juros; 200 milhões de euros subscritos pela Portugal Telecom em 29 de outubro de 2013 e liquidados no vencimento em 29 de janeiro de 2014; e 50 milhões de euros subscritos pela PT Finance em 20 de novembro de 2013 e liquidados em 20 de fevereiro de 2014.
Chama a atenção o complemento da Portugal Telecom no que se refere à informação sobre a política de investimento de caixa e títulos de curto prazo, apresentada em termos genéricos no Relatório e Contas Consolidadas de 2013. A PT reconhece que que concentrou depósitos e aplicações de tesouraria na compra de papéis de dívida de curto prazo do GES e que não observou uma efetiva diversificação de investimentos. "Nomeadamente, no que concerne ao critério de investimento em instituições financeiras diversificadas e com reputação no mercado, cumpre mencionar que, atenta a concentração em depósitos e aplicações de tesouraria no BES/GES, em 31 de dezembro de 2013 a sociedade não estaria a observar uma efetiva diversificação".
Os esclarecimentos adicionais foram exigidos pela CMVM após a PT ter tomado um calote de 897 milhões de euros, seu mais recente investimento em papéis de curto prazo do GES.
O mercado recebeu bem os esclarecimentos da Portugal Telecom, tanto em Portugal quanto do lado de cá do Atlântico. As ações da PT fecharam o pregão desta terça com alta de 6,88% na Bolsa de Lisboa, cotadas a 1,46 euro.
Como reflexo, a Oi fechou o pregão da BM&FBovespa com altas de 10,74% e de 7,87% em suas ações preferenciais (OIBR4) e ordinárias (OIBR3), respectivamente, aos valores de R$ 1,34 (PNs) e R$ 1,37 (ONs).
