Pelo menos dois interessados já realizam due diligence na Nextel

Pelo menos dois potencias interessados na Nextel já contrataram bancos para fazer a análise da companhia, a chamada due dilligence. A venda da Nextel é algo que se fala no mercado há bastante tempo e  agora esses rumores se intensificam, especialmente após a matriz americana ter informado que estuda pedir recuperação judicial nos EUA. Para reforçar o caixa, a NII já vendeu a operação no Chile e deverá também se desfazer dos negócios no México e no Brasil.

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O principal valor da Nextel no Brasil é a frequência que ela tem na faixa de 800 MHz, usada para o trunking, e na faixa de 1.800 MHz (banda H) no Brasil inteiro, já que negócio em si vem andando de lado há bastante tempo. No ano passado, a receita de US$ 2,208 bilhões no Brasil foi 23% menor que no ano anterior.

A própria holding não tem ainda muita clareza sobre a venda da Nextel Brasil. Embora a venda de ativos pareça ser a estratégia mais apropriada salvar a empresa da falência, a operação brasileira é a mais saudável do grupo. De qualquer forma, como tudo no mundo dos negócios, a venda depende do valor da oferta. E é aí que os valores podem variar, e muito, a depender de uma decisão regulatória.

A Anatel debate uma proposta que vai forçar a migração do SME (trunking) para o SMP (Serviço Móvel Pessoal). A proposta está em consulta. Hoje a faixa de 800 MHz ocupada pela Nextel é destinada exclusivamente para o SME, mas sendo aprovada a proposta em debate no Conselho Diretor da Anatel, a Nextel poderá solicitar a adaptação da sua outorga para o SMP. Isso fará o valor da Nextel dar um salto, já que o trunking é um serviço que está morrendo e a faixa de 800 MHz é uma faixa nobre, que suporta serviços de terceira e quarta geração.

Neste momento, contudo, essa proposta é uma variável que adiciona risco ao negócio. A expectativa de que a faixa possa ser convertida para o SMP pode não se concretizar – ou demorar muito – e aí o comprador ficaria com o mico na mão.

Se o comprador for uma das quatro operadoras móveis nacionais, outra questão que deverá ser superada para a venda da companhia é o cap de frequência. As quatro teles nacionais já estão no limite de espectro que podem deter. Sendo assim, a venda da Nextel para uma das operadoras que já atuam no mercado brasileiro só seria possível se a Anatel aumentar esse limite de espectro. O que se especula é que, entre os interessados, poderiam estar a Telefónica, que no Brasil controla a Vivo, e a América Móvil, dona da Claro. Também o nome da Sky (em breve, AT&T) já circulou no mercado como possível interessada.

Além disso, há ainda a questão da sobreposição de outorgas, o que é vedado pela regulamentação. Inclusive, foi um dos fatores que impediu a compra da Unicel pela própria Nextel. Esse nó só poderia ser desatado com a devolução da outorga – e consequentemente da faixa – pela Nextel, o que não é o caso, já que o valor da companhia está justamente nas frequências que possui. Por esse motivo, players que não atuam no SMP são os candidatos naturais, como GVT, Sky ou até alguém que ainda não está no mercado brasileiro.

A Nextel terminou o 1º semestre do ano com 4,2 milhões de acessos móveis (3,1 milhões iDEN e 1,1 milhão 3G) e crescimento de 8% em relação ao 1º semestre de 2013. A base de acessos iDEN (trunking) apresentou adições líquidas negativas (- 742 mil) neste período.

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