Algar tem prejuízo de R$ 152 milhões em 2023, mas avança no varejo

Os resultados do balanço financeiro da Algar Telecom foram divulgados nesta sexta-feira, 26, após adiamento gerado por erro e averiguações contábeis. Mesmo com os números positivos nas vendas em 2023, a companhia fechou o último ano no vermelho.

No total, o grupo mineiro somou receita de R$ 2,746 bilhões em 2023, alta de 4,5% na comparação com 2022. O maior crescimento percentual – 9,3% – ocorreu na receita com vendas de serviços para consumidores finais (B2C), que saltou para R$ 876,6 milhões.

Já na carteira de clientes empresariais (B2B), o crescimento do faturamento foi de 2,4% – chegando a R$ 1,870 bilhão em 2023. 

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Ainda assim, a Algar Telecom registrou um prejuízo de R$ 152,8 milhões no acumulado do ano, sendo R$ 112,9 milhões apenas no último trimestre.

Algar faz provisão de R$ 73 milhões após identificar erros em balanço

O resultado, de acordo com o balanço, se deu a partir de despesas que incidiram no período – como os R$ 73 milhões de provisão para perda de ativo imobilizado (ver matéria acima); e R$ 27,4 milhões em despesas do programa de impulso da marca, "com a implantação de iniciativas estruturantes cujos benefícios serão colhidos até o ano de 2026".

B2C e B2B

O aumento anual de 9,3% na receita dos clientes B2C da Algar foi explicada pela alavancagem que tiveram os serviços de banda larga via fibra óptica e, também, dos SVAs (como são chamados os serviços de valor agregado).

De acordo com a operadora, foram conectados 33,6 mil novos clientes ao longo de 2023, representando um aumento de 6,5% em relação a 2022. Com isso, 99,2% dos 556,2 mil clientes residenciais da marca agora usam Internet via fibra.

Já no B2B, o que ajudou a puxar para cima o resultado foram os produtos de TIC (que abarcam soluções de segurança de redes e telemedicina, por exemplo). Os TICs na Algar cresceram 23,4% no comparativo dos trimestres e 22,8% no acumulado do ano de 2023 (alcançando R$ 357,3 milhões).

Mas na conectividade B2B, o resultado foi negativo: caiu para R$ 945,2 milhões em 2023 (-3,7%). Por outro lado, serviços de voz fixa tiveram aumento expressivo de 12,4%, para R$ 292 milhões em 2023.

Despesas aumentaram

Em 31 de dezembro de 2023, a operadora também registrou uma dívida bruta totalizando R$ 3,976 bilhões um aumento de 17,1% em comparação com o ano anterior.

Esse aumento foi atribuído à captação de recursos realizada em dezembro de 2023 por meio da 14ª emissão de debêntures (na ordem dos R$ 700 milhões), destinada a financiar projetos de investimento da empresa. Enquanto isso, a dívida líquida da empresa atingiu R$ 2,785 bilhões, representando um aumento de 4,2% em relação ao ano anterior.

"A Algar Telecom segue com o seu objetivo estratégico de otimização do uso de capital e redução da alavancagem para capturar novas oportunidades futuras. Os efeitos pontuais que impactaram a geração de caixa medida pelo Ebitida em 2023, no entanto, os quais estão concentrados no 4T23, acarretaram um aumento da relação dívida líquida/Ebitda, que passou de 2,34, em 2022, para 2,88 vezes, em 2023", informou a Algar.

Com relação à margem Ebtida (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização), o índice anual retraiu de 40,9% em 2022 para 35,3% em 2023. O resultado foi atribuído às despesas que incidiram no quarto trimestre do ano, como as provisões. 

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