Solução de pagamento móvel tem de ser aberta e interoperável, diz Banco Central

Embora já existam algumas parcerias entre bancos, bandeiras de cartão de crédito e operadoras para o desenvolvimento de soluções de mobile payment, o Banco Central acredita em um modelo diferente para que a inclusão financeira – que é o principal objetivo  do governo – possa ser alcançada.

“Sei que existem hoje modelos de parcerias bilaterais e essas tentativas são válidas para entender esse mercado, mas não é através de parcerias bilaterais que vamos chegar ao futuro desse mundo”, disse o diretor de política monetária do Banco Central, Aldo Luiz Mendes, durante o 34o Painel TeleSintese que aconteceu nesta terça, 26, em Brasília. “Temos que criar um marco legal que propicie o surgimento de produtos para a renda mais baixa, que é o nosso principal foco”, completou.

Notícias relacionadas

Para ele, uma solução que seja capaz de ser adotada em larga escala e, portanto, que possa incluir no sistema financeiro os cidadãos hoje não-bancarizados tem de ser aberta, interoperável e permitir múltiplos serviços. “O sistema tem que ser universal. Permitir a combinação de qualquer banco, com qualquer operadora e qualquer bandeira de cartão de crédito”, disse ele.

Esses princípios estarão presentes na minuta de Media Provisória construída por um grupo de trabalho do Minicom com o Banco Central. O texto da MP está na Casa Civil pelo menos desde outubro do ano passado, quando Mendes participou de evento em Porto Alegre onde deu essa informação. Cinco meses depois, a informação é a mesma. O envio para o Congresso deve ser “em breve”. Mais tarde, em conversa com jornalistas, ele disse que o envio para o Congresso depende de uma “oportunidade política”.

A Medida Provisória, explica ele, é um guarda-chuva com as regras gerais. Depois os detalhes constarão de normas infralegais, onde deverá constar exigência de qualidade das redes de telecom, já que a qualidade da conexão é condição mandatória para a conclusão das transações.

Embora a ideia seja bancarizar a baixa renda, o modelo de m-payment desenhado pelo governo é vinculado a uma conta corrente para dar mais segurança em relação à lavagem de dinheiro. O executivo explica que seria uma conta corrente especial, que não demandaria o a existência de uma agência bancária física.

Para ele, o sistema será usado de forma gradativa. No começo para a transferência de dinheiro (baixo valor) entre pessoas. Depois começará o pagamento de pequenos serviços como corridas de táxi, por exemplo. E, em um terceiro estágio de evolução, a solução poderia ser usada pelo governo para o pagamento de benefícios sociais, como o Bolsa Família.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
CAPTCHA user score failed. Please contact us!