De novos temas a evasão de talentos, formação de profissionais para as TICs traz desafio a governos e universidades

Painel sobre cooperação entre governos, universidades e iniciativa privada durante o LAC ICT Talent 22

Os desafios para a formação de profissionais dedicados às áreas de tecnologia em universidades vão desde as necessidades básicas de investimento e políticas públicas permanentes até dificuldades de retenção de talentos, mudanças de mentalidade e currículo dentro das próprias escolas de tecnologia e ampliação das interfaces com o setor privado, apontam especialistas que participaram de um dos painéis no LAC ICT Talent 22, evento voltado  para a discussão da formação de profissionais para as TICs realizado pela Huawei em parceria com Unesco e Agência EFE, esta semana, na Cidade do México.

Para o reitor da Universidade de El Salvador, Roger Arias, países em desenvolvimento têm grande dificuldade de dedicar percentuais relevantes dos investimentos públicos em educação de uma maneira geral, ainda mais em educação pensada para o setor de tecnologia. "São muitas as áreas que precisam de investimentos, poucos recursos, mas o que já ficou evidente é que vale a pena. Os investimentos em educação são os que mais importam para qualquer governo", diz ele. 

Mas ele aponta um problema crônico: evasão de talentos. "Fazemos muitos investimentos em alguns estudantes, começamos cedo a prepará-los, mas quando aparece uma oportunidade eles saem do país e dificilmente têm incentivo para voltar. Os salários pagos em países como o nosso são muito diferentes daqueles que esses profissionais terão em outros países", diz Arias.

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Para Priscila Solis Barreto, do departamento de Ciências da Computação da Universidade de Brasília, também existe um grande desafio dentro das universidades de se manterem atualizadas em relação ao que acontece no mercado de TICs. Ela exemplifica com processos tecnológicos como a virtualização de redes. "Professores da área de engenharia de telecomunicações precisam entender uma série de conceitos típicos de TI, enquanto profissionais de TI precisam entender conceitos de engenharia". Para a pesquisadora, "os cursos de ciências da computação precisam preservar e suportar os conceitos básicos das disciplinas, agora e no futuro, e, ao mesmo tempo, se adaptar de forma dinâmica e aberta. Precisamos manter um diálogo com os atores sociais e ter a flexibilidade necessária diante das mudanças disruptivas que presenciamos, adaptando nossos cursos às necessidades de nossos alunos também. Vivemos em um mundo globalizado e os novos profissionais precisam estar preparados para trabalhar em qualquer lugar e em diferentes cenários", explicou.

Os participantes do painel, moderado por TELETIME, apontaram ainda a necessidade de coorperação entre iniciativa privada, governos e universidades.

Política nacional

Alejandro Barba Franco, diretor de suporte tecnológico do Ministério da Educação Pública do México, destacou que o país tem hoje um esforço de incluir formação para tecnologia como diretriz para todas as áreas da educação, estabelecida em Lei, mas que isso não é suficiente. "Toda política pública deve buscar formas de inclusão tecnológica de modo a torná-la mais acessível. As políticas precisam fomentar a colaboração entre governos, instituições, universidades e a indústria privada. Essa integração é a chave para que mais serviços digitais sejam oferecidos à população, tornando o acesso à tecnologia mais universal e inclusivo", disse.

Liu Yan, vice-presidente de Recursos Humanos da Huawei América Latina e Caribe, comentou as estratégias da empresa para atrair e formar novos talentos. "A Huawei tem um programa de formação de novos talentos em TIC chamado ICT Academy. Trata-se de uma iniciativa de colaboração e parceria com mais de 400 universidades conveniadas só na América Latina e com mais de 2.000 laboratórios ICT Academies ao redor do mundo. Desde o início do projeto, qualificamos mais de 150.000 talentos para a indústria", explicou. "Nossa missão é trazer o digital para todos. Por isso, buscamos pessoas que compartilhem esse mesmo objetivo. Como uma companhia internacional, buscamos profissionais de mente aberta e de diferentes culturas, que possam se adaptar, aprender e se desenvolver, nos ajudando em nossa missão".

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