Durante o LAC ICT Summit 2022, evento realizado pela Huawei em parceria com a UNESCO e a EFE nos dias 24 e 25 de novembro na Cidade do México, representantes dos setores público e privado e das instituições de ensino debateram os desafios enfrentados nas áreas educação e capacitação de talentos na região da América Latina e do Caribe.
A demanda por mão de obra qualificada na área de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) vem crescendo em ritmo acelerado. Segundo dados do IDC, 2,5 milhões de novos profissionais serão demandados pelo mercado de TIC na América Latina até 2026.
Diante desse contexto, discutir soluções para a ampliação de políticas públicas que consigam treinar e capacitar novos profissionais e, assim, ampliar a oferta de mão de obra especializada em TIC se torna indispensável para o pleno desenvolvimento do setor no continente. O desafio passa a ser, então, criar oportunidades efetivas de capacitação e inclusão, principalmente em áreas críticas como Inteligência Artificial, Cloud, Big Data e computação.
O talento digital se cria, se promove. Ele não surge de maneira espontânea. E, nesse contexto, políticas de estado integradas para a criação e a manutenção de talentos digitais se fazem cada vez mais necessárias, principalmente nas escolas.
O ponto de partida é garantir que a jornada de aprendizado dos alunos brasileiros corresponda às necessidades do mercado de trabalho desde a educação infantil, ponto essencial na capacitação de talentos. A formação de base das crianças precisa ser de qualidade, garantindo a alfabetização, o aprendizado em exatas e a introdução às experiências digitais.
Vemos, ainda, a necessidade de legislações que prevejam a capacitação de população em TIC como uma política transversal nos diversos níveis de educação, do ensino básico aos cursos superiores.
Outro ponto de extrema importância é a criação de projetos educacionais que possibilitem às crianças se desenvolverem na era digital, aprendendo e crescendo com os desafios dos dias atuais. Vivemos um momento no qual precisamos desenvolver novas maneiras de aprender, com projetos que convidem a entender as diferentes comunidades e suas necessidades, criando uma educação pertinente ao mundo atual.
Enfrentamos, também, dificuldades para a introdução de mulheres no mercado de TIC. Segundo o relatório Women in Technology, da PageGroup, somente 20% dos cargos na indústria ou nas áreas de TI são ocupados por mulheres.
Neste contexto, é essencial que contornemos os estereótipos de gênero, apresentando a tecnologia para meninas desde a primeira infância. Os dois grandes desafios são: primeiro, atrair e reter as jovens nas universidades e cursos técnicos. Depois, incluir esses talentos no mercado de trabalho e continuar proporcionando oportunidades de capacitação e crescimento em suas carreiras.
A inclusão de mulheres no mercado de tecnologia da informação e comunicação é um dos pilares da atuação da Huawei. Contamos com diversas ações, desenvolvidas nos países onde trabalhamos, para promover a inclusão digital e capacitar jovens para atuarem no mercado de tecnologia. Além de contarmos com projetos que impulsionam e dão visibilidade para novas líderes no mercado de TIC. Uma dessas iniciativas é o programa Women in Tech, que visa a inclusão cada vez maior das mulheres no setor de TIC.
Durante o evento, também pudemos entender os desafios da educação superior na América Latina e Caribe. Atualmente, as universidades buscam acompanhar as tendências de um mundo em profunda transformação, o que requer uma adaptação dinâmica e eficiente.
Alguns países da região enfrentam também dificuldades com a evasão de talentos. São estudantes que recebem o apoio do estado em sua formação superior, mas que deixam o país por bolsas de mestrado e doutorado em outros continentes e não retornam à sua terra natal. O mercado de trabalho local deve gerar atratividade para que estes jovens voltem aos seus países, que possam, portanto, colher os frutos de seus investimentos em capacitação e educação.
As universidades buscam entender o que os alunos precisam aprender, quais ferramentas precisam ser utilizadas nesse processo e de que forma o ensino deve ser colocado em prática, numa sociedade que está em plena mudança.
É necessário que as instituições de ensino mantenham flexibilidade nas suas grades curriculares para constante atualização de acordo com as necessidades do mercado de trabalho. Também precisa-se investir no treinamento de professores e manter em mente a demanda pela formação de talentos para um mundo diverso e globalizado.
A desigualdade social e econômica consiste em um dos grandes desafios para a área da América Latina e do Caribe, uma das regiões mais desiguais do mundo. E a resposta para a busca pela igualdade é a educação. O investimento em educação se traduz em desenvolvimento socioeconômico, e é a chave para uma sociedade mais justa.
O avanço da Quarta Revolução Industrial de forma gradual, mas firme, por meio da automação, digitalização, expansão do 5G e da Inteligência Artificial gera grandes expectativas de caminharmos para um mundo mais próspero e pacífico.
A Huawei tem a missão global de levar a transformação digital para todas as pessoas, casas e organizações e, assim, construir um mundo mais conectado, inteligente e sustentável. Dentro deste contexto, acreditamos no poder da educação e na importância de criarmos um ecossistema de trocas de conhecimento aberto e democrático.
Na América Latina e no Caribe, através de nosso programa ICT Academy, temos parceria com mais de 400 universidades para colaborar na capacitação de mais de 50.000 talentos digitais nos últimos anos. Levamos aos estudantes das instituições de ensino parceiras conhecimentos sobre áreas estratégicas para sua formação profissional. Seguiremos apoiando alunos e instituições para proporcionar uma economia digital inclusiva, acessível e igualitária.
Durante o LAC ICT Summit 2022, mais de 130 estudantes do projeto Seeds for the Future puderam entender mais sobre o mercado de TIC e o cenário de desenvolvimento de talentos digitais, colaborando para o seu desenvolvimento pessoal e profissional. Na América Latina desde 2014, este projeto atua em 20 países da região, onde já foram atribuídas bolsas a mais de 1800 jovens estudantes.
No evento, foram premiados os estudantes participantes do Huawei Cloud Developer Competition Latam, programa que visa estimular e incentivar a constante inovação estudantil. O time vencedor, composto por estudantes de Engenharia Naval da Universidade de São Paulo, desenvolveu um projeto que busca analisar as notícias publicadas na imprensa de forma automatizada para prever a movimentação do mercado financeiro.
A Huawei continuará colaborando com seus parceiros para transformar o ecossistema da educação de forma integrada, trabalhando com o poder público e privado, instituições de ensino, universidades e alunos com o objetivo de criar valor socioeconômico para a região através da tecnologia.
* – Sobre o autor: Atilio Rulli é vice-presidente de Relações Públicas da Huawei para América Latina e o Caribe
