O presidente da TIM, Mario Cesar de Araujo, disse nesta segunda-feira, 24, que enxerga duas maneiras de a empresa se beneficiar da implantação de uma rede GSM na Vivo. A primeira delas seria pelo barateamento dos aparelhos, com o padrão ganhando mais escala no Brasil. A outra seria com a migração para o GSM. ?Quando esse cliente for migrar, ele pode optar pela concorrência?, disse ele.
Araujo citou também a portabilidade numérica, que em breve deve ser regulamentada pela Anatel, como um incentivo para que esse cliente migre para a concorrência.
Independentemente da decisão da Vivo, Mario Cesar disse que a TIM ?vai continuar no seu caminho de crescimento com valor?. Sobre um possível retorno da guerra de preços, período em que as empresas praticavam altas doses de subsídios para conquistar novos clientes, ele acredita que a maturidade do mercado não deixará isso acontecer novamente. ?Ninguém está em condições de ficar perdendo dinheiro. Os acionistas querem retorno. É difícil os investidores entenderem uma queda constante?, disse.
Ambiente regulatório
Stefano de Angelis, diretor financeiro e de relações com investidores citou o fim do bill & keep como uma medida positiva porque vai proporcionar maior equilíbrio no pagamento das taxas de interconexão nas ligações locais. ?Isso proporciona um tráfego mais sadio entre as operadoras. Cada uma paga por aquilo que usa?. Segundo ele, a nova forma vai criar mais receita para todas as empresas e ao mesmo tempo mais custo pelo uso da rede com impacto na redução da margem Ebtida, mas não no volume absoluto. Tomando como base o tráfego entre as empresas registrado no mês de junho, a TIM estima que o fim do bill & keep gera uma perda da ordem de 2% na margem Ebtida. Sobre a inclusão da modulação horária nas chamadas de longa distância, a posição da empresa é que ?ela não deveria ser colocada agora?, uma vez que a alteração não está prevista nos contratados das incumbents e nem da Embratel. Stefano lembrou que a empresa tem o código 41 para as ligações de longa distância, o que diminui o impacto da medida, estimado em menos de 5% na receita.
