A discussão sobre qualidade nos serviços de banda larga foi um dos temas em debate durante o Encontro Nacional da Abrint, que reúne uma série de provedores regionais em São Paulo a partir desta quarta-feira, 24. Ao mesmo tempo em que o segmento afirmou ter protagonismo no quesito, a Anatel também pediu atenção para o tema.
Superintendente de relações com consumidores da reguladora, Cristiana Camarate apontou durante o painel que na banda larga, os provedores regionais receberam 20% das reclamações registradas no ano passado. Ainda que abaixo da parcela de mercado detida pelas regionais (mais de 50%), as queixas seriam sobretudo relacionadas à qualidade e funcionamento, ao contrário das grandes, mais problemáticas em aspectos como cobrança.
Para a superintendente, tal cenário indicaria espaço relevante para melhora de indicadores. Por outro lado, Camarate reconheceu que o segmento se preocupa muito com experiência do consumidor e destacou que notas de PPPs que participam voluntariamente de pesquisas de satisfação da Anatel têm sido positivas; o universo ainda é pequeno, mas com tendência de crescimento ano a ano.
No mesmo debate, o diretor da Abrint, Aristóteles Dantas, classificou como uma "mentira" avaliação de que ISPs não seriam observados em termos de qualidade de rede, satisfação de serviço e preços (o dirigente se referiu diretamente a relatório sobre a fragmentação do mercado de banda larga tema de matéria do TELETIME em março). O próprio dinamismo comercial do segmento de PPPs seria evidência do contrário, segundo Dantas.
A discussão na Abrint ainda contou com dados apresentados pela empresa de medições Ookla – que mostrou exemplos de cidades atendidas apenas por provedores e onde as velocidades médias da banda larga superaram a média nacional (de 106 Mbps em abril, segundo dados da companhia). Uma delas seria Pato Bragado (PR), onde a velocidade média atingiria 304 Mbps.
Competição
Já a coordenadora geral de regulação e concorrência do Ministério da Fazenda, Mariana Piccoli Lins Cavalcanti, também esteve presente na discussão da Abrint e colocou avanços concorrenciais como possíveis habilitadores de mais qualidade nos serviços. Nesta linha, a flexibilização regulatória e a chegada de players neutros no mercado de redes de fibra seriam pontos capazes de gerar efeitos positivos entre provedores.