TV paga virtual busca modelo que compense erosão da base tradicional

Os serviços de TV por assinatura virtual já representam uma parcela significativa das novas vendas. No caso da Claro, significam praticamente toda a adição de novos clientes. Mas ainda é necessário encontrar um modelo que compense a erosão da base tradicional e, pelo menos, parte da erosão do faturamento das operadoras.

Globalmente, a base de pacotes exclusivamente online de conteúdo por assinatura vem crescendo, enquanto a base da TV por assinatura está estagnada, mostrou no Pay-TV Forum (realizado nos dias 22 e 23 por TELA VIVA e TELETIME) Marek Szymczak, diretor da Redge Technologies. No entanto, a base de TV por assinatura associada a um pacote online também vem crescendo, embora não na mesma proporção dos pacotes exclusivamente online. Os dados mostram que a estratégia das operadoras tradicionais de adicionar os serviços de streaming às suas ofertas não só ajuda a segurar o churn da TV paga tradicional, como também a trazer novos clientes. A realidade global, no entanto, não se reflete no Brasil, onde a base de TV por assinatura vem caindo.

Segundo Alessandro Maluf, diretor de produtos de TV da Claro, o produto de streaming vem liderando as vendas de TV da operadora, mas não faz a compensação da receita ou mesmo de base. Por isso, a operadora também faz um grande esforço para proteger a base do modelo tradicional de TV paga. Para ele, o streaming ainda tem alguns desafios tecnológicos. "A TV a cabo tem um serviço gerenciado sobre uma rede gerenciada. No streaming os desafios vão desde a Internet e o WiFi do consumidor até a integração do aplicativo nas diversas telas e devices", diz.

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Integração

Outro desafio elencado por Maluf é a integração de todos os serviços de streaming. "Temos que trabalhar para tirar a complexidade. Cada app tem uma senha. O mercado tem que ir para um caminho que torne alternar de serviço tão simples quanto trocar de canal", diz. O modelo de apps proporciona pluralidade de conteúdo, no entanto, destaca o executivo, a experiência do usuário ainda é complexa.

O vice-presidente de marketing e produtos da Sky, André Ribeiro, concorda que a experiência dos serviços agregadores ainda tem um caminho de evolução importante. "Temos que tirar os cliques da jornada do assinante, entregando o conteúdo da forma mais simples ao consumidor" diz. Segundo ele, a busca pelo conteúdo já está muito mais evoluída nas plataformas de TV online, mas ainda precisa evoluir. "A discussão com os parceiros sobre compartilhamento dos metadados é de longa data", diz. A operadora, além do serviço tradicional por satélite, conta com o DGo, antigo DirecTV Go, um dos primeiros serviços de TV por assinatura linear por streaming.

Marek Szymczak diz que adotar um login único para todos os serviços dentro da plataforma ajuda a tornar o pacote mais conveniente, mas não é suficiente. Para ele, a integração dos metadados e do próprio conteúdo dos diversos serviços à plataforma seriam a solução mais eficiente.

Parcerias e capilaridade

Por um lado, as ofertas online da Claro e da Sky dão às maiores operadoras de TV uma capilaridade tão grande quanto à da banda larga no País. Maluf lembra que tal capilaridade não é tão grande quanto à da distribuição por satélite, que é virtualmente total, mas traz outras vantagens. Os serviços de TV online dispensam custos operacionais como instaladores e, nas versões baseadas exclusivamente por app, também o investimento em caixinhas.

Com estes serviços, ambas as operadoras contam com ofertas em conjunto com ISPs. Outra empresa que também tem oferta conjunta é a Box Brazil Media Group. Além dos canais Box Brazil o grupo tem a Container Media – que é uma grande agregadora de conteúdo que desenvolve plataformas streaming e canais próprios para seus parceiros. Segundo Cícero Aragon, CEO do grupo, a empresa não pretende atuar como um novo tipo de operador de TV por assinatura. "Vamos agregar conteúdo para que o operador possa seguir fazendo o que sabe. Queremos ser facilitadores sempre que possível", diz.

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