O sistema de cabos submarinos EllaLink (que interliga Brasil e Europa) terá um ramal de interligação com a Guiana Francesa. O projeto prevê a construção de um cabo de 2,1 mil quilômetros até o departamento ultramarino da França, abrindo também caminho para interligação com rotas no Norte do Brasil, com destaque para Belém.
O novo ramal do EllaLink é um projeto conjunto com a SPLANG, empresa pública para o desenvolvimento digital da Guiana Francesa. De acordo com os planos, o trecho terá dois pares de fibra construídos pela Alcatel Submarine Networks e, por meio de tecnologias ópticas de ponta, vai permitir a conectividade direta de Cayenne, na Guiana Francesa, à Europa continental com uma latência de menos de 80 milissegundos (ms), segundo os responsáveis do projeto.
A nova infraestrutura também possibilitará conexões diretas da Guiana Francesa para Fortaleza, onde o cabo internacional já desembarca no Brasil. Com cerca de 8 mil quilômetros, o EllaLink é o primeiro cabo submarino de fibra óptica de alta capacidade que conecta diretamente a América Latina à Europa. Hoje, a estrutura liga São Paulo, Rio de Janeiro e Fortaleza até Lisboa (Portugal).
"A construção do novo ramal submarino até a Guiana Francesa representa um marco importante para a missão da rede EllaLink e uma confirmação de sua capacidade técnica para conectar territórios mais distantes. A iniciativa não apenas reforçará a resiliência da infraestrutura da Guiana Francesa, mas também potencializará oportunidades no norte do Brasil", disse Vincent Gatineau, VP de desenvolvimento de infraestrutura submarina da EllaLink, em nota.
Isso porque, por meio dessa nova ligação, a EllaLink pretende estimular o desenvolvimento de outras infraestruturas, incluindo conexões para a região amazônica do Brasil – com destaque para Belém, no Estado do Pará. A cidade poderá, assim, vir a ter uma ligação direta à Guiana Francesa e a Fortaleza por via submarina.
"Ao concretizar-se, essa ligação será também um pilar essencial no desenvolvimento do projeto PAIS (Programa Amazônia Integrada Sustentável), que integra o Programa Norte Conectado no Brasil, que conecta diversas cidades na região do rio Amazonas, e prevê a utilização da rede de comunicação de dados por órgãos da Administração Pública Federal e por empresas privadas", notaram as responsáveis do projeto. Um dos trechos do Norte Conectado (a Infovia 03) vai até Belém.
De acordo com as empresas, um futuro cabo submarino para Belém poderia melhorar a qualidade da conectividade da região, promover a redundância das redes de telecomunicações, ao mesmo tempo em que favorece o crescimento econômico e a colaboração internacional.
A Guiana Francesa
Lar das plataformas de lançamento de foguetes espaciais Arianne, a Guiana Francesa é uma das regiões mais afastadas da União Europeia, mas também é considerada uma zona de importância estratégica. O problema é que, por estar tão distante da Europa continental, o território encontra dificuldades para se conectar com o resto do continente.
Para solucionar este aspecto, o projeto beneficia-se de financiamento do programa Connecting Europe Facility (CEF), fundo da União Europeia para investimentos em infraestrutura. Dessa forma, a iniciativa vai proteger a conexão existente da Guiana Francesa à rede global com uma conexão totalmente diversificada e de baixa latência, garantindo ao país a soberania de sua infraestrutura para o setor espacial e de pesquisa – fortemente estabelecido na região por meio da presença do CNES (Centre National d'Etudes Spatiales) e do Centro Espacial da Guiana (base europeia para pesquisa e transporte espacial).
"Esse projeto é um novo marco na missão da SPLANG de atender à população da Guiana Francesa, acelerando o desenvolvimento digital do nosso território. Após a implantação do FTTH e do projeto de satélite, estamos agora assegurando nossa conectividade internacional a longo prazo, garantindo a soberania e catalisando o crescimento econômico da Guiana Francesa", afirmou Marie-Lucienne Rattier, presidente da SPLANG, em comunicado. Criada em 2014, a entidade atua como braço operacional das autoridades locais para o desenvolvimento digital da Guiana Francesa.
(Colaborou Henrique Julião)
Que absurdo! A França ainda mantêm uma colônia em plena América do Sul! E o Brasil não faz nada para ajudar a independência da Guiana "Francesa"!
Não amigo, a Guiana Francesa e um estado da França, assim como o Hawaii e um estado Norte Americano. Se você for até a população e questionar se eles querem ser independentes com certeza a resposta será negativa.