O acesso fixo sem fio (FWA) baseado em redes 5G deve chegar ao mercado brasileiro primeiro em ativações de redes privativas e utilizando espectro sub 6 GHz, apostou a Nokia durante o Teletime Tec Redes & Infra, promovido em São Paulo por TELETIME nesta terça-feira, 22.
Diretor de redes fixas para América Latina da fornecedora, Javier Falcon relacionou a expectativa com experiências internacionais da tecnologia. Segundo ele, na Europa e nos Estados Unidos o FWA já está ganhando tração, mas sobretudo a partir de espectro de banda média.
"Já em ondas milimétricas [mmWave] é uma combinação de plano de negócios e custo total de propriedade que ainda precisa amadurecer, principalmente na América Latina que é muito sensível à preço", apontou Falcon. No Brasil, tanto opções do gênero (o 26 GHz) quanto sub 6 GHz (como o 3,5 GHz) foram compradas no leilão do 5G e podem suportar as ativações do FWA.
"Os cases de mais sucesso são dentro de redes privativas, como mineração, portos e aeroportos e outros usos de missão crítica", prosseguiu o executivo da Nokia, notando um apelo corporativo para o FWA. Segundo ele, o B2B deve ser bastante impactado por propostas do gênero nos próximos cinco anos.
Já no plano residencial, a aposta de Falcon passa por localidades "suburbanas", além do uso de espectro em banda média. "Todas as cidades importantes já tem fibra", afirmou o profissional, prevendo ofertas a partir de dois anos do lançamento das redes 5G no Brasil.
Estratégia
Pelos lados das operadoras, há cautela na definição de modelos para atuação com o FWA, especialmente em ondas milimétricas, como já apontado por TELETIME. O acesso fixo sem fio, contudo, está nos planos.
"Vamos acabar usando o FWA mais como mais um produto na prateleira. Via 5G a área de cobertura seria relativamente curta, então vamos ter que aprender como realmente utiliza, mas para ambientes dedicados tem uma boa oportunidade de utilização", apontou o diretor de banda larga da Claro, Marcelo Sarmento, durante o Teletime Tec.