Controladora da Oi vale hoje menos do que valia sem a BrT

Após a notícia da semana passada de que não conseguirá consolidar as ações da Brasil Telecom e com a informação publicada neste final de semana pelo jornal O Estado de S. Paulo de que os acionistas privados teriam procurado o governo em busca de ajuda para evitar que o controle da operadora seja "vendido" para estrangeiros (leia-se Portugal Telecom), analistas de mercado tentam dimensionar o que de fato acontece com a Oi.
Uma coisa é fato: a performance das ações da Telemar na Bolsa mostra que o mercado ainda enxerga incertezas em relação à empresa. O valor de mercado da controladora da Oi (Tele Norte Leste Participações – TNLP) caiu 33% desde antes de 25 de abril de 2008 – data em que a aquisição da BrT foi anunciada – até hoje. No mesmo período, o Ibovespa teve uma queda de aproximadamente 4%. A TNLP valia R$ 18,2 bilhões e hoje vale R$ 12,1 bilhões.
As ações do setor de telecomunicações, assim como as do setor de energia, costumam reagir bem aos períodos de crise. Isso porque são negócios pouco afetados por restrição de crédito e redução do consumo. Além disso, hoje a Oi é controladora da BrT o que, em tese, seria um fator de valorização das ações da empresa. Analistas de mercado afirmam que no caso da Oi, os problemas relacionados a governança geram desconfiança dos investidores e prejudicam o desempenho da empresa na Bolsa.

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Segundo os analistas, o mercado atribui um "desconto" no valor dos papéis da Oi em função dessas incertezas. Um analista diz que a defasagem entre a queda do valor de mercado da companhia e a queda da Bolsa no mesmo período é mais uma prova de que a governança da empresa está aquém do que o mercado espera.
Relação de troca
Do final do ano até hoje o valor de mercado da TNLP teve uma queda de aproximadamente R$ 1 bilhão, ou 7%. Desta vez, para os especialistas, o motivo foi o anúncio, em janeiro, da mudança da relação de troca das ações da BrT para ações da Telemar. No mesmo período, o Ibovespa teve uma queda aproximada de 5%.
As ações da Brasil Telecom têm registrado queda de 28% desde o início do ano. Neste caso, a queda, ainda que em menor escala, já era esperada, pois reflete a relação de troca menos vantajosa. O que chama a atenção dos analistas é a devalorização no ano da ação preferencial da Telemar (TMAR5); 20% de queda. "Considerando que um dos argumentos da mudança foi a proteção dos minoritários da Telemar, a ação não deveria sofrer nada", diz um analista.

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