Transit aposta em rede própria e serviços de valor agregado

O modelo tradicional de provedor de voz e dados já não é mais suficiente para a Transit. Ultrapassada também é a ideia de depender de rede de terceiros para oferecer seus serviços. Assim, a operadora que atua com STFC em 284 cidades brasileiras passou por uma mudança em seu posicionamento estratégico e agora aposta na construção de rede própria em fibra com tecnologia GPON e em novos produtos e serviços de valor adicionado para crescer.
O diretor de marketing e produtos da Transit, Jorge Noboru Nakamura, explica que o objetivo é ter uma oferta completa de serviços de telecomunicações, TI gestão e consultoria, baseada em plataformas multiplay e multisserviços. "Mas para prover esses novos serviços, que exigirão muita capacidade de rede, disponibilidade e qualidade de serviço, não podemos ficar na mão de terceiros e por isso decidimos construir uma rede própria", explica.
Vale observar que a Transit chegou a anunciar no ano passado a rescisão do contrato de banda larga com a Global Crossing por falhas técnicas recorrentes. "Chegamos a ficar um mês sem o link de conexão entre São Paulo e Miami", lembra Nakamura.

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Duas linhas
O novo planejamento prevê investimentos de R$ 200 milhões para a construção de um backbone óptico próprio e redes de Fiber-to-the-Building (FTTB) que totalizarão 3 mil km até o final de 2011.
"Parte do montante a ser investido será da própria Transit e a outra parte virá de financiamentos negociados junto à ZTE e a Huawei, que são os fornecedores dos equipamentos para essas redes e que nos ofereceram juros baixos, menores que os do BNDES", detalha o executivo. A velocidade de expansão das redes depende agora da negociação dos direitos de passagem para as implantação das fibras com concessionárias de rodovias e utilities.
Segundo Nakamura, até o momento foram investidos cerca de R$ 40 milhões para a construção do anel óptico de 370 km de fibras que interliga Campinas à capital paulista, passando pelas cidades de Salto, Itu, Indaiatuba, Hortolândia, Jundiaí e Atibaia; a migração da rede com infraestrutura alugada de terceiros para NGN (redes de nova geração); e ainda a implantação do projeto-piloto de FTTB no complexo industrial Uninorte em Piracicaba para atender a 57 clientes. A expectativa da operadora é atender outras cidades com FTTB até o final do ano. "Estamos finalizando processo de análise para escolha das cidades e estão sendo consideradas aquelas em um raio de até 50 km de distância das fibras do backbone".
Serviços
A estratégia da Transit no que se refere a serviços é a parceria com diversas empresas para o desenvolvimento de serviços em áreas como monitoramento, vigilância, CRM, integração de infraestrutura de comunicação de empresas e ainda RFID, sistema de identificação utilizando radiofrequências. "Os serviços desenvolvidos em parceria serão exclusivos para clientes Transit e alguns casos teremos, inclusive, participação societária do capital das empresas", revela o diretor
Unicel
Não é a primeira vez que a Transit considera entrar como sócia no capital de empresas que julga interessantes para agregar valor ao seu negócio. No início de 2009 a Transit chegou a disponibilizar uma linha de crédito para a operadora de telefonia móvel Unicel (aeiou), com quem planejava parceria para oferta fixo-móvel e com direito a participação no capital da tele celular. A tentativa não deu certo. Unicel passava por uma crise financeira muito grave e não conseguiu pagar um empréstimo com a Transit e o caso foi parar na Justiça. Bom lembrar, entretanto, que serviço integrado fixo-móvel ou ainda serviços de valor agregado utilizando redes móveis ainda podem ser explorados pela Transit, através de participação direta ou via parcerias quando estiverem disponíveis as licenças para o serviço de operadoras móveis virtuais (MVNO, na sigla em inglês), que pode ser regulamentado pela Anatel até o final do ano.

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