Acesso móvel patrocinado ganha forma como modelo de negócio

O acesso às redes móveis vai se mostrando uma nova oportunidade de negócio para operadoras e para o consumidor. Para as teles, há a chance de estimular o uso para consumidores pré-pagos. Para quem patrocina, é um canal de publicidade que tem como potencial a base de usuários móveis no País. E para o usuário, há a possibilidade de otimizar a franquia de dados. De acordo com o debate no 13º Tela Viva Móvel nesta quarta, 21, o modelo tem tudo para vingar.

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Uma das iniciativas vem do universo financeiro. Há quatro anos, o aplicativo móvel do Bradesco registrava 1,1 milhão de acessos por mês. Na última terça-feira,  a plataforma registrou 5,3 milhões de acessos por dia, segundo o diretor de canais digitais do banco, Luca Cavalcanti. "Cada vez mais, a mobilidade vem tomando conta. Agora, às 16h, a cada vez que você pisca os olhos, são de 11 mil a 12 mil pessoas fazendo transações no mobile", diz. De todas as formas de acesso, o celular já responde por 15%.

Segundo ele, isso motivou a empresa a procurar oferecer o acesso gratuito pelas quatro grande operadoras, Claro, Oi, TIM e Vivo. "Servir não é custo. Queremos que o cliente perceba como funciona nosso acesso gratuito e como funciona nosso app no celular", diz. Até para poder ter esse tipo de relacionamento com as principais teles, a instituição financeira preferiu não seguir em frente com um plano de montar uma operadora móvel virtual (MVNO), mas também por não ter compensado como negócio. "A grande questão é que tem que fazer parceria boa para ambas as partes (banco e operadoras) e que você devolva aos clientes essas vantagens, que gere benefícios. No nosso entendimento, achamos que não é o momento para pensar nisso", confessa.

Acessos patrocinados

A Vivo acredita no modelo de acesso patrocinado, mas afirma que está utilizando a parceria com o Bradesco como teste para outras iniciativas. "A gente está fazendo piloto para medir comportamento de usuário de Internet grátis, mas o produto não é piloto, é para ficar", diz Andreza Santana, head de advertising da operadora. O acordo não deverá ser exclusivo. "Já temos outros bancos na bota, vamos fazer isso", revela, sem citar os demais interessados.

Entretanto, a Telefônica tem outros tipos de acordos, como a chamada patrocinada, na qual o usuário ouve uma mensagem publicitária antes de realizar a chamada de voz, e a do SMS a cobrar patrocinado, que já possui 500 mil usuários por dia.

"O modelo de URL free vem ao encontro da necessidades de todos os públicos. Não é que a operadora está deixando de ser remunerada por um serviço que ela presta, ela é remunerada por outro player, que fica feliz com a publicidade para a marca", detalha. "O primeiro consenso é que é ganha-ganha." Segundo ela, a tele deverá lançar em junho, "pouco antes da Copa", uma plataforma de publicidade móvel baseada em geolocalização.

Neutralidade

Polêmica no debate sobre neutralidade no Marco Civil, o acesso patrocinado foi defendido pela representante da Vivo. "Sob o ponto de vista da operadora e no jurídico, no modelo comercial quem paga é o usuário final ou a marca, não implica com a neutralidade", disse Andreza Santana. "Não vamos prestar serviço melhor ou pior ao usuário."

O diretor do Bradesco, Luca Cavalcanti, acredita que não há impedimento para a prática de acordo com o Marco Civil. "Nossa relação é com a operadora, a qual está provendo uma gratuidade e que é igual para todo mundo, não é discriminatória. Traz vantagem para o consumidor", diz.

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